PRATA DA CASA
AMBIENTE MORTAL
Ser ativista ambiental no Brasil não é só uma luta pelo planeta, mas também pela própria vida. É o que denuncia o relatório Deadly Environment, da ONG Global Witness. Entre 2002 e 2013, foram assassinados 448 defensores do meio ambiente e do direito à terra – mais da metade das 905 mortes reportadas, levando o País à dianteira do ranking.
Outros países com alta incidência são Honduras, Filipinas, Peru, Colômbia, nações em desenvolvimento com crescente exploração dos recursos naturais. Os números escancaram uma realidade pouco percebida pela maior parte da população. “Poucos serão os sintomas mais graves e mais óbvios da crise ambiental do planeta do que um aumento dramático das mortes de cidadãos comuns que defendem os seus direitos à terra ou ao ambiente”, diz Oliver Courtney, coautor do relatório.
Além do crescimento vertiginoso dos casos, assusta também a impunidade. Entre todos os assassinatos reportados, apenas seis foram levados a julgamento. O casal de ativistas José Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, fundador de um assentamento extrativista no Pará, foi assassinado em 2011 e tornou-se um dos casos mais emblemáticos de violência contra defensores do meio ambiente (leia mais aqui).
Os pistoleiros que executaram o casal são uma das exceções à impunidade: foram julgados e condenados em abril. Por outro lado, o agricultor acusado de ser o mandante do crime foi absolvido, denotando a fragilidade da responsabilização por essa modalidade de crime. Leia a íntegra da entrevista com Alice Harrison, assessora de comunicação da Global Witness. – Carol Nunes
VALE O CLICK
RUA PARA TODOS
A IBM e a AACD lançaram um aplicativo que mapeia a acessibilidade das ruas de todo o Brasil. Com informações adicionadas pelos usuários, o Rota Acessível mostra os locais com disponibilidade de vagas especiais, guia rebaixada, iluminação pública e presença de sinalizações táteis, entre outros. Pode ser baixado gratuitamente na App Store e Play Store.
URUBU MOBILE
Todo os anos, cerca de 450 milhões de animais silvestres são mortos nas estradas do Brasil. Em um esforço para
monitorar a situação, foi criado o aplicativo Urubu Mobile. Quem encontrar um animal atropelado pode fotografá-lo
e fornecer dados, como o local e a data do registro no app para que o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de
Estradas, da Universidade Federal de Lavras, possa fazer um estudo de impacto e contribuir para evitar as
mortes.
PARQUES DO BRASIL
Com base na plataforma da Wiki, a Associação O Eco e Fundação Grupo Boticário lançaram o WikiParques.org. É uma plataforma colaborativa e multimídia com informações sobre os 69 Parques Nacionais brasileiros, como principais atrações, contatos, mapas de acesso, histórico, além de informações sobre a biodiversidade protegida nesses locais.
MUNDO AFORA
NÃO AO SEXISMO
Um casal sai às compras. O homem escolhe uma jaqueta para levar, mas a única em estoque está com uma marca defeituosa. O vendedor dirige-se à mulher e dá dicas de como ela deve usar o ferro de passar para que a marca saia. A cena, real, é um exemplo de como o sexismo está presente em pequenas ações que, muitas vezes, passam despercebidas. E está contada no projeto EverydaySexism.com, um site que recebe e divulga testemunhos de mulheres que vivenciaram assédios e situações de constrangimento. São relatos tanto anônimos quanto assinados de acusações pequenas ou graves que mostram o quão banal é a desigualdade entre os gêneros.
RELATO VIVO
Dados de satélites são importantes para mostrar o panorama de uma região. Só que mais completos ainda são os relatos de quem vive lá. É por isso que o InfoAmazônia produzirá reportagens sobre a região amazônica com base também em relatos de indígenas, pesquisadores, ONGs, estudantes e cidadãos que estejam engajados nas redes sociais.
Quando mapas de desmatamento são atualizados, por exemplo, comunidades locais podem ajudar a explicar as causas do que aconteceu. A iniciativa tem parceria com ONGs dos nove países da região da Floresta Amazônica e apoio financeiro das fundações Avina e Skoll.