Hoje as Nações Unidas celebram o Dia Internacional da Diversidade Biológica, um dia dedicado a conscientizar os países sobre a importância de preservar a riqueza e a diversidade biológica ao redor do planeta. Nesse ano, a reflexão sobre biodiversidade vem se direcionando para a questão das pequenas ilhas, já que elas estão sendo lembradas pela ONU em 2014 com o Ano Internacional dos Pequenos Estados Insulares.
Essa perspectiva nos permite olhar com mais atenção como as mudanças climáticas ameaçam não apenas comunidades humanas, mas também a diversidade biológica terrestre e marinha.
Como relembrou Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU, em seu discurso sobre o Dia Internacional da Diversidade Biológica, quase 1/10 da população humana vive em ilhas, e a biodiversidade é parte integrante da sua subsistência, renda, bem estar e identidade cultural. Mais da metade dos recursos marinhos do planeta se encontra em águas insulares.
Para esses pequenos Estados, a diversidade biológica é base para toda a organização econômica local. Indústrias como turismo e pesca dependem diretamente da preservação desses recursos, muitos deles raros, encontrados em poucos lugares do planeta.
Entretanto, essa rica e delicada biodiversidade está criticamente ameaçada, seja pela exploração predatória, poluição, pobreza e, particularmente, pelas mudanças climáticas. Do ponto de vista das ações possíveis para reverter esse quadro sombrio, o aumento do nível do mar decorrente do degelo das calotas polares é o que joga mais incerteza quanto ao futuro dessas pequenas ilhas.
Poucas sentirão os efeitos mais negativos das mudanças climáticas do que esses Estados insulares. Exatamente por isso, seus representantes são frequentemente os que se posicionam com mais intensidade durante as discussões e negociações internacionais sobre mudanças do clima. Para essas ilhas, mudanças climáticas não trarão simplesmente alterações nos padrões de vida da sua população – elas ameaçam a própria continuidade dessas comunidades. Para a humanidade como um todo, a perda da riqueza natural dessas ilhas pode ser incalculável.
Bruno Toledo