Sabonetes antibacterianos podem ser altamente tóxicos, porque sua fórmula inclui com frequência o triclosan, substância organoclorada aparentada da dioxina. Organoclorados têm propriedades cancerígenas e foram o pivô de diversos crimes ambientais cometidos no Brasil, como a contaminação do solo do polo industrial de Cubatão, no estado de São Paulo. Na semana passada, Minnesota tornou-se o primeiro estado americano a aprovar o banimento do uso de triclosan em produtos antissépticos, após uma moção de desconfiança da Food and Drug Administration, a agência responsável pelo controle de alimentos e medicamentos nos EUA. No final do ano passado, a FDA determinou que todos os fabricantes de produtos com propriedades antibacterianas ofereçam evidências de que estes não são nocivos à saúde, sob risco de serem retirados do mercado no futuro. As empresas também terão de provar que esses antissépticos são mais eficientes que o mero uso de água e sabão – a agência americana demonstrou ceticismo a esse respeito.
Segundo o FDA, o triclosan entra na composição de cerca de 75% dos sabonetes líquidos antibactericidas e 30% dos sabões em barra, e de uma infinidade de outros produtos consumidos avidamente por germófobos, de toalhas umedecidas, pastas de dentes e enxaguantes bucais a meias, tábuas de cortar alimentos e capas de colchão. Originalmente concebidos para uso hospitalar, os antissépticos à base de triclosan ganharam o bilionário mercado doméstico a partir dos anos 90, sem a devida aprovação da agência americana.
Testes em animais sugerem que o triclosan é um disruptor endócrino, e algumas pesquisas indicam que ele pode aumentar a resistência das bactérias a medicamentos. Entretanto, as evidências ainda não são conclusivas.
A decisão de Minnesota só entrará em vigor em 2017, mas analistas nos EUA entendem que o triclosan será progressivamente banido no resto do país.[:en]
Sabonetes antibacterianos podem ser altamente tóxicos, porque sua fórmula inclui com frequência o triclosan, substância organoclorada aparentada da dioxina. Organoclorados têm propriedades cancerígenas e foram o pivô de diversos crimes ambientais cometidos no Brasil, como a contaminação do solo do polo industrial de Cubatão, no estado de São Paulo. Na semana passada, Minnesota tornou-se o primeiro estado americano a aprovar o banimento do uso de triclosan em produtos antissépticos, após uma moção de desconfiança da Food and Drug Administration, a agência responsável pelo controle de alimentos e medicamentos nos EUA. No final do ano passado, a FDA determinou que todos os fabricantes de produtos com propriedades antibacterianas ofereçam evidências de que estes não são nocivos à saúde, sob risco de serem retirados do mercado no futuro. As empresas também terão de provar que esses antissépticos são mais eficientes que o mero uso de água e sabão – a agência americana demonstrou ceticismo a esse respeito.
Segundo o FDA, o triclosan entra na composição de cerca de 75% dos sabonetes líquidos antibactericidas e 30% dos sabões em barra, e de uma infinidade de outros produtos consumidos avidamente por germófobos, de toalhas umedecidas, pastas de dentes e enxaguantes bucais a meias, tábuas de cortar alimentos e capas de colchão. Originalmente concebidos para uso hospitalar, os antissépticos à base de triclosan ganharam o bilionário mercado doméstico a partir dos anos 90, sem a devida aprovação da agência americana.
Testes em animais sugerem que o triclosan é um disruptor endócrino, e algumas pesquisas indicam que ele pode aumentar a resistência das bactérias a medicamentos. Entretanto, as evidências ainda não são conclusivas.
A decisão de Minnesota só entrará em vigor em 2017, mas analistas nos EUA entendem que o triclosan será progressivamente banido no resto do país.