Na era da comunicação em rede, proliferam alertas e informações que apoiam mudança de hábitos cotidianos e rumos da economia mais conectados aos limites ambientais do planeta e a uma sociedade inclusiva. Mas a tal da sustentabilidade ainda enfrenta barreiras de forma e foco dos discursos para engajar mais adeptos.
Esta semana, captei duas referências pelo Twitter que ajudam a repensar a comunicação para sustentabilidade. A primeira, um artigo no Guardian Sustainable Business, escrito pelo diretor da Narrative Leadership Associates, vai direto ao ponto: “Sustentabilidade necessita de nova narrativa, entre a utopia e a catástrofe“. O título do texto (em inglês) faz referência aos filmes de Hollywood que vem explorando o tema -como Avatar, O Dia Depois de Amanhã e 2012 – e defende abordagens mais elucidativas, como em “Indomável Sonhadora”. Mas a crítica poderia servir também para outros produtos da mídia mais tradicional, desde matérias jornalísticas até conteúdo gerado por empresas e ONGs, que ao exagerar nas tintas do bem e do mal podem causar afastamento pelo temor ou pelo excesso de otimismo, longe da realidade desafiadora que envolve nosso futuro comum, em meio a interesses diversos.
As tecnologias digitais e a comunicação em rede vêm trazendo boas dicas de como diversificar a forma de construir e proliferar os diálogos. Neste sentido que destaco outra referência que me chamou atenção esses dias no Twitter: as discussões sobre clima e comunicação, reunidas em #climatecomms. Boas matérias, apps, fóruns de discussão, questionamentos, dados, autores, obras, eventos, ferramentas … enfim, referências de quem atua em comunicação no contexto das mudanças climáticas, que ajudam a entender o potencial de novos modos de comunicar e como a comunicação é parte indissociável da sustentabilidade.
Ricardo Barretto