Shell, GDF Suez e Samsung tiveram suas atividades corporativas publicamente censuradas esta semana com o anúncio de que foram lembradas na sétima edição do Prêmio Pinóquio, promovido pela Amigos da Terra da França e outras duas entidades francesas, Peuples Solidaires-ActionAid France e Centre de Recherche et d’Information pour le Développement (CRID). O prêmio destaca empresas consideradas exploradoras particularmente vorazes dos recursos naturais. Este ano, foram computados 61 mil votos de indivíduos incomodados por impactos socioambientais atribuídos às três multinacionais, 20 mil mais do que os computados no ano anterior. Os eleitores puderam votar numa lista de nove finalistas indicados pelas entidades.
A Shell levou 43% dos votos e foi “vencedora” na categoria “Um por todos, todos por mim”, graças a seus múltiplos projetos de extração de gás de xisto. A empresa investe em fraturamento hidráulico (fracking) , uma tecnologia bastante controvertida, em várias partes do mundo, mas não na Holanda, seu país de origem, onde esta tecnologia está, pelo menos temporariamente, proibida. Segundo a Amigos da Terra, a ação da empresa tem tido grande impacto negativo, sobretudo na Argentina e na Ucrânia, onde “a população deixa de ser consultada, poços são perfurados em áreas naturais protegidas ou agricultáveis, reservatórios com água contaminada são deixados expostos, e há uma falta de transparência financeira”. A empresa respondeu com um relatório em que dá sua posição corporativa quanto às metas de combater impactos ligados à exploração do gás de xisto.
O prêmio na categoria “Mais verde do que o verde”, que destaca o greenwashing e a propaganda enganosa, foi para uma instituição francesa, a GDF Suez, líder do setor energético no país. Em março, ela lançou uma série de “bônus verdes”, que levantaram 2,5 bilhões de euros junto a investidores privados para financiar projetos de energias limpas. Segundo os organizadores do prêmio, o produto não segue critérios socioambientais claros e a empresa não divulgou a lista dos projetos que financiará (mas aventou que ela poderia incluir grandes hidrelétricas, como Jirau, na Amazônia Brasileira). Em resposta, a GDF produziu uma nota em que reitera sua disposição de colaborar para o combate às mudanças climáticas e transição energética, e afirma que concebeu o programa de bônus verdes em parceria com uma consultoria respeitada. Disse, também, que projetos hidrelétricos como o de Jirau são plenamente reconhecidos como opções de desenvolvimento limpo no âmbito do Protocolo de Quioto.
Finalmente, o terceiro prêmio, na categoria “Mãos Sujas, Carteira Recheada”, que destaca empresas cujas finanças são pouco transparentes, foi para a Samsung. Os organizadores do prêmio qualificaram as práticas trabalhistas das fábricas chinesas que produzem eletroeletrônicos para a marca como sendo “vergonhosas”, devido às longas jornadas, os baixos salários e ocorrências de trabalho infantil. A resposta da empresa afirma que ela tem promovido inspeções de rotina, algumas delas conduzidas por inspetores independentes, para evitar irregularidades nas fábricas contratadas e que investigará algumas das denúncias feitas pelas não-governamentais.[:en]
Shell, GDF Suez e Samsung tiveram suas atividades corporativas publicamente censuradas esta semana com o anúncio de que foram lembradas na sétima edição do Prêmio Pinóquio, promovido pela Amigos da Terra da França e outras duas entidades francesas, Peuples Solidaires-ActionAid France e Centre de Recherche et d’Information pour le Développement (CRID). O prêmio destaca empresas consideradas exploradoras particularmente vorazes dos recursos naturais. Este ano, foram computados 61 mil votos de indivíduos incomodados por impactos socioambientais atribuídos às três multinacionais, 20 mil mais do que os computados no ano anterior. Os eleitores puderam votar numa lista de nove finalistas indicados pelas entidades.
A Shell levou 43% dos votos e foi “vencedora” na categoria “Um por todos, todos por mim”, graças a seus múltiplos projetos de extração de gás de xisto. A empresa investe em fraturamento hidráulico (fracking) , uma tecnologia bastante controvertida, em várias partes do mundo, mas não na Holanda, seu país de origem, onde esta tecnologia está, pelo menos temporariamente, proibida. Segundo a Amigos da Terra, a ação da empresa tem tido grande impacto negativo, sobretudo na Argentina e na Ucrânia, onde “a população deixa de ser consultada, poços são perfurados em áreas naturais protegidas ou agricultáveis, reservatórios com água contaminada são deixados expostos, e há uma falta de transparência financeira”. A empresa respondeu com um relatório em que dá sua posição corporativa quanto às metas de combater impactos ligados à exploração do gás de xisto.
O prêmio na categoria “Mais verde do que o verde”, que destaca o greenwashing e a propaganda enganosa, foi para uma instituição francesa, a GDF Suez, líder do setor energético no país. Em março, ela lançou uma série de “bônus verdes”, que levantaram 2,5 bilhões de euros junto a investidores privados para financiar projetos de energias limpas. Segundo os organizadores do prêmio, o produto não segue critérios socioambientais claros e a empresa não divulgou a lista dos projetos que financiará (mas aventou que ela poderia incluir grandes hidrelétricas, como Jirau, na Amazônia Brasileira). Em resposta, a GDF produziu uma nota em que reitera sua disposição de colaborar para o combate às mudanças climáticas e transição energética, e afirma que concebeu o programa de bônus verdes em parceria com uma consultoria respeitada. Disse, também, que projetos hidrelétricos como o de Jirau são plenamente reconhecidos como opções de desenvolvimento limpo no âmbito do Protocolo de Quioto.
Finalmente, o terceiro prêmio, na categoria “Mãos Sujas, Carteira Recheada”, que destaca empresas cujas finanças são pouco transparentes, foi para a Samsung. Os organizadores do prêmio qualificaram as práticas trabalhistas das fábricas chinesas que produzem eletroeletrônicos para a marca como sendo “vergonhosas”, devido às longas jornadas, os baixos salários e ocorrências de trabalho infantil. A resposta da empresa afirma que ela tem promovido inspeções de rotina, algumas delas conduzidas por inspetores independentes, para evitar irregularidades nas fábricas contratadas e que investigará algumas das denúncias feitas pelas não-governamentais.