O Danúbio, segundo maior rio da Europa, despeja diariamente 4,2 toneladas de plástico no Mar Negro. Suas águas apresentam um volume de resíduos plásticos maior do que o de alevinos. Tais dados constam de um estudo divulgado em maio por um grupo de cientistas da Universidade de Viena e outras instituições austríacas. Eles revelaram também que quase 80% do plástico carreado pelo rio foi descartado por indústrias – e não pelos consumidores finais.
Esta semana, outra pesquisa europeia levantou o problema da poluição fluvial por plástico, um assunto que vinha sendo praticamente ignorado pela academia e a mídia. Ao longo dos últimos dois anos, pesquisadores do Institut National de l’Environnement Industriel et des Risques (INERIS), centro de pesquisa francês que monitora os impactos ambientais das atividades industriais, coletou centenas de amostras de peixes em 33 localidades da França. Eles selecionaram uma espécie de peixe fluvial em particular – o goujon (Gobio gobio), que é bastante comum no país e se destaca por buscar alimento no fundo dos rios, o que amplia a sua exposição às microesferas plásticas. Cerca de 10% dos goujons dissecados pelos pesquisadores apresentaram fibras ou microesferas plásticas de até cinco milímetros em seus intestinos, um nível de contaminação similar ao visto em espécies marinhas.
A poluição dos oceanos pelo plástico tem sido amplamente estudada, mas os riscos sobre ecossistemas de águas doces são muito pouco conhecidos. Já foram promovidas várias expedições para avaliar os impactos das cinco ilhas oceânicas de plástico. Sobre o impacto sobre o Tietê, o São Francisco ou o Volga, pouco se sabe. Antes dos estudos sobre o Danúbio e os rios franceses, apenas um punhado pesquisadores se debruçaram sobre o problema. Aqui, merecem destaque um trabalho que mostrou que o lago Garda, o maior da Itália, apresenta um volume de partículas de plástico comparável ao dos sedimentos à beira-mar, e outro que identificou bolsões de contaminação nos Grandes Lagos, na América do Norte, com concentração de plástico superior à de qualquer outro corpo d’água no planeta. Também foram feitos levantamentos sobre a contaminação das águas e dos sedimentos do rio Saint Laurent, no Canadá, do lago Genebra, na Suiça, do rio Tâmisa, na Inglaterra, e do lago Khovsgol, na Mongólia.[:en]
O Danúbio, segundo maior rio da Europa, despeja diariamente 4,2 toneladas de plástico no Mar Negro. Suas águas apresentam um volume de resíduos plásticos maior do que o de alevinos. Tais dados constam de um estudo divulgado em maio por um grupo de cientistas da Universidade de Viena e outras instituições austríacas. Eles revelaram também que quase 80% do plástico carreado pelo rio foi descartado por indústrias – e não pelos consumidores finais.
Esta semana, outra pesquisa europeia levantou o problema da poluição fluvial por plástico, um assunto que vinha sendo praticamente ignorado pela academia e a mídia. Ao longo dos últimos dois anos, pesquisadores do Institut National de l’Environnement Industriel et des Risques (INERIS), centro de pesquisa francês que monitora os impactos ambientais das atividades industriais, coletou centenas de amostras de peixes em 33 localidades da França. Eles selecionaram uma espécie de peixe fluvial em particular – o goujon (Gobio gobio), que é bastante comum no país e se destaca por buscar alimento no fundo dos rios, o que amplia a sua exposição às microesferas plásticas. Cerca de 10% dos goujons dissecados pelos pesquisadores apresentaram fibras ou microesferas plásticas de até cinco milímetros em seus intestinos, um nível de contaminação similar ao visto em espécies marinhas.
A poluição dos oceanos pelo plástico tem sido amplamente estudada, mas os riscos sobre ecossistemas de águas doces são muito pouco conhecidos. Já foram promovidas várias expedições para avaliar os impactos das cinco ilhas oceânicas de plástico. Sobre o impacto sobre o Tietê, o São Francisco ou o Volga, pouco se sabe. Antes dos estudos sobre o Danúbio e os rios franceses, apenas um punhado pesquisadores se debruçaram sobre o problema. Aqui, merecem destaque um trabalho que mostrou que o lago Garda, o maior da Itália, apresenta um volume de partículas de plástico comparável ao dos sedimentos à beira-mar, e outro que identificou bolsões de contaminação nos Grandes Lagos, na América do Norte, com concentração de plástico superior à de qualquer outro corpo d’água no planeta. Também foram feitos levantamentos sobre a contaminação das águas e dos sedimentos do rio Saint Laurent, no Canadá, do lago Genebra, na Suiça, do rio Tâmisa, na Inglaterra, e do lago Khovsgol, na Mongólia.