Carros que dispensam motoristas e roupas informatizadas vão revolucionar a vida das classes médias e altas do planeta, mas são as soluções simples e acessíveis do design inclusivo, como óculos a US$ 2 e casas modulares a menos de US$ 100, que vão tirar 1,3 bilhão de humanos da miséria. Algumas empresas com foco social que perceberam a enorme demanda por soluções engenhosas e baratas começaram a oferecer produtos de baixa tecnologia a quem mais precisa – e não param de crescer.
Um dos casos mais interessantes é o da KickStart (sem relação com a plataforma de financiamento coletivo Kickstarter), que comercializa um sistema portátil de irrigação que bombeia água de rios e lagos ou do lençol freático, usando a força dos braços ou dos pés. Nos últimos 16 anos, foram vendidas mais de 235 mil unidades a agricultores de subsistência na África. Elas são particularmente populares no Quênia, na Tanzânia, no Mali, em Burquina Faso e na Zâmbia.
O modelo com maior poder de sucção, capaz de extrair água da camada que vai até 8 metros de profundidade, sai por cerca de US$ 95. A empresa criou diversas formas de financiamento, via parcelamento e microcrédito, que permitiram sua popularização.
O produto resolve um problema muito comum nas regiões mais áridas, onde os agricultores estão expostos à inconstância das chuvas e as crianças se vêm obrigadas a percorrer longas distâncias para encher seus baldes nos mananciais próximos. É uma atividade cansativa e demorada, que compromete a produtividade e inviabiliza a escolarização. A aquisição de uma bomba, que pode ser deslocada facilmente para os pontos a serem irrigados, permite ampliar a área plantada e o número anual de colheitas, mesmo na estação seca. Ela permite ampliar em até 500% a renda desses usuários.
É um investimento revolucionário na escala doméstica. Pelos cálculos da empresa, o sistema já permitiu que 830 mil pessoas deixassem a pobreza. No seu maior mercado, o Quênia, os usuários das bombas produzidas pela KickStart geram renda equivalente a 0,6% do PIB do seu país. O vídeo ao lado (em inglês), dá uma boa ideia de como o empreendimento funciona. Vale também visitar o website da empresa/ONG, que dá uma explicação bastante elucidativa das vantagens sociais de se vender a bomba (e fomentar o comércio local de insumos agrícolas), em vez de simplesmente doá-la.[:en] Carros que dispensam motoristas e roupas informatizadas vão revolucionar a vida das classes médias e altas do planeta, mas são as soluções simples e acessíveis do design inclusivo, como óculos a US$ 2 e casas modulares a menos de US$ 100, que vão tirar 1,3 bilhão de humanos da miséria. Algumas empresas com foco social que perceberam a enorme demanda por soluções engenhosas e baratas começaram a oferecer produtos de baixa tecnologia a quem mais precisa – e não param de crescer.
Um dos casos mais interessantes é o da KickStart (sem relação com a plataforma de financiamento coletivo Kickstarter), que comercializa um sistema portátil de irrigação que bombeia água de rios e lagos ou do lençol freático, usando a força dos braços ou dos pés. Nos últimos 16 anos, foram vendidas mais de 235 mil unidades a agricultores de subsistência na África. Elas são particularmente populares no Quênia, na Tanzânia, no Mali, em Burquina Faso e na Zâmbia.
O modelo com maior poder de sucção, capaz de extrair água da camada que vai até 8 metros de profundidade, sai por cerca de US$ 95. A empresa criou diversas formas de financiamento, via parcelamento e microcrédito, que permitiram sua popularização.
O produto resolve um problema muito comum nas regiões mais áridas, onde os agricultores estão expostos à inconstância das chuvas e as crianças se vêm obrigadas a percorrer longas distâncias para encher seus baldes nos mananciais próximos. É uma atividade cansativa e demorada, que compromete a produtividade e inviabiliza a escolarização. A aquisição de uma bomba, que pode ser deslocada facilmente para os pontos a serem irrigados, permite ampliar a área plantada e o número anual de colheitas, mesmo na estação seca. Ela permite ampliar em até 500% a renda desses usuários.
É um investimento revolucionário na escala doméstica. Pelos cálculos da empresa, o sistema já permitiu que 830 mil pessoas deixassem a pobreza. No seu maior mercado, o Quênia, os usuários das bombas produzidas pela KickStart geram renda equivalente a 0,6% do PIB do seu país. O vídeo ao lado (em inglês), dá uma boa ideia de como o empreendimento funciona. Vale também visitar o website da empresa/ONG, que dá uma explicação bastante elucidativa das vantagens sociais de se vender a bomba (e fomentar o comércio local de insumos agrícolas), em vez de simplesmente doá-la.