As vendas do comércio justo caíram 3,7% no ano passado no Reino Unido, líder na promoção de mecanismos que valorizem modos de produção rurais mais éticos, com combate aos intermediários e remuneração digna de pequenos agricultores. É uma queda significativa num mercado que vinha crescendo continuamente, tanto na Grã-Bretanha quanto globalmente, há duas décadas. Vale notar, porém, que as vendas registradas em 2014 foram da ordem de 1,67 bilhões de libras esterlinas (cerca de R$ 7,84 bilhões) – cifra que não é propriamente desprezível.
A queda parece estar atrelada à guerra de preços que está impulsionando o crescimento de grandes redes varejistas britânicas que oferecem preços competitivos para atrair as classes populares. Elas tendem a passar ao largo dos produtos do comércio justo. Além disso, o mercado está testando outros modelos de negociação ética, estabelecendo relações diretas com pequenos produtores – sem a participação nem de intermediários, nem de certificadores de comércio justo.
Ainda é cedo para saber se esse dado representa uma tendência relevante, sobretudo porque outros indicadores parecem apontar na direção oposta. Em novembro, o governo australiano anunciou que vai investir 4,5 milhões de dólares australianos na promoção desse mercado. Além disso, os últimos dados da Fairtrade International, organização que credencia as múltiplas certificadoras de comércio justo, indicam vendas globais anuais de cerca de 5,5 bilhões de euros em 2013, 15% a mais do que no ano anterior.
Hoje há mais de 1,4 milhão de pequenos produtores rurais e trabalhadores envolvidos na produção de bananas, cacau, café, algodão, flores, açúcar e chá, dentre outros produtos distribuídos sob a bandeira do comércio justo. A Fairtrade International estima que cerca de 6 milhões de pessoas em 74 países são beneficiadas diretamente por esse modelo, que cria a possibilidade de autosuficiência econômica para produtores tradicionalmente marginalizados. Para se qualificar, eles têm de cumprir uma longa lista de regras, que vão do controle do uso de agrotóxicos e a conservação do solo à proibição do uso do trabalho infantil.[:en]
As vendas do comércio justo caíram 3,7% no ano passado no Reino Unido, líder na promoção de mecanismos que valorizem modos de produção rurais mais éticos, com combate aos intermediários e remuneração digna de pequenos agricultores. É uma queda significativa num mercado que vinha crescendo continuamente, tanto na Grã-Bretanha quanto globalmente, há duas décadas. Vale notar, porém, que as vendas registradas em 2014 foram da ordem de 1,67 bilhões de libras esterlinas (cerca de R$ 7,84 bilhões) – cifra que não é propriamente desprezível.
A queda parece estar atrelada à guerra de preços que está impulsionando o crescimento de grandes redes varejistas britânicas que oferecem preços competitivos para atrair as classes populares. Elas tendem a passar ao largo dos produtos do comércio justo. Além disso, o mercado está testando outros modelos de negociação ética, estabelecendo relações diretas com pequenos produtores – sem a participação nem de intermediários, nem de certificadores de comércio justo.
Ainda é cedo para saber se esse dado representa uma tendência relevante, sobretudo porque outros indicadores parecem apontar na direção oposta. Em novembro, o governo australiano anunciou que vai investir 4,5 milhões de dólares australianos na promoção desse mercado. Além disso, os últimos dados da Fairtrade International, organização que credencia as múltiplas certificadoras de comércio justo, indicam vendas globais anuais de cerca de 5,5 bilhões de euros em 2013, 15% a mais do que no ano anterior.
Hoje há mais de 1,4 milhão de pequenos produtores rurais e trabalhadores envolvidos na produção de bananas, cacau, café, algodão, flores, açúcar e chá, dentre outros produtos distribuídos sob a bandeira do comércio justo. A Fairtrade International estima que cerca de 6 milhões de pessoas em 74 países são beneficiadas diretamente por esse modelo, que cria a possibilidade de autosuficiência econômica para produtores tradicionalmente marginalizados. Para se qualificar, eles têm de cumprir uma longa lista de regras, que vão do controle do uso de agrotóxicos e a conservação do solo à proibição do uso do trabalho infantil.