Milhares de argelinos participam desde janeiro de uma intensa onda de protestos, uma das mais surpreendentes desde que a expansão da exploração do gás de xisto atraiu desconfiança em dezenas de país. A população de Ain Salah, no coração do deserto do Saara, tem promovido manifestações pacíficas diárias contra um projeto de fraturamento hidráulico que está sendo implantado pela americana Halliburton. Eles temem que a iniciativa, orçada em US$ 7o bilhões, possa comprometer os lençóis subterrâneos e os delicadíssimos ecossistemas locais. Agora em março, os protestos ganharam contornos violentos devido a confrontos entre manifestantes, muitos deles mulheres e crianças, e a polícia, levando à destruição de um edifício público e veículos.
Segundo o Financial Times, as autoridades argelinas atribuem os protestos a agitadores estrangeiros e confirmam que o projeto vai prosseguir. A Argélia apresenta um dos quatro maiores depósitos de gás de xisto passíveis de extração. O diário britânico lembra que o presidente Abdelaziz Bouteflika declarou, no mês passado, que “todas as fontes energéticas, sejam elas convencionais ou não, são um presente de Deus e é nossa obrigação de utilizá-las para o desenvolvimento do nosso país, ao mesmo tempo em que respeitamos o meio ambiente e tomamos todas as precauções necessárias quanto à saúde”. A obstinação ocorre num contexto particular: os estoques de petróleo da Argélia começam a minguar e o país busca uma alternativa que evite que ele se torne um importador de combustíveis.
Nos últimos meses, protestos semelhantes foram registrados na Inglaterra, nos Estados Unidos, no sudeste da Austrália, e na Polônia. Em muitos casos, pequenas comunidades estão conseguindo atrasar ou complicar os planos de extração. Um exemplo disso é o movimento antifraturamento de Zurawlow, cidadezinha do sudeste polonês com apenas 96 habitantes. “Cada vez que a Chevron organizava alguma coisa, íamos lá e protestávamos”, disse Barbara Siegienczuk, uma das líderes dos militantes locais, ao diário britânico The Guardian. Durante 400 dias, eles bloquearam a área da exploração com tratores e outros equipamentos agrícolas.
A resistência explica, em parte, porque várias empresas estão desistindo de explorar jazidas na Europa e na Ásia. Segundo o Wall Street Journal, elas também se deparam com as restrições impostas pelo governo russo, o veto francês ao fracking, a moratória alemã e resultados insatisfatórios obtidos na Polônia, além da baixa competitividade, dado o custo reduzido do petróleo.[:en]
Milhares de argelinos participam desde janeiro de uma intensa onda de protestos, uma das mais surpreendentes desde que a expansão da exploração do gás de xisto atraiu desconfiança em dezenas de país. A população de Ain Salah, no coração do deserto do Saara, tem promovido manifestações pacíficas diárias contra um projeto de fraturamento hidráulico que está sendo implantado pela americana Halliburton. Eles temem que a iniciativa, orçada em US$ 7o bilhões, possa comprometer os lençóis subterrâneos e os delicadíssimos ecossistemas locais. Agora em março, os protestos ganharam contornos violentos devido a confrontos entre manifestantes, muitos deles mulheres e crianças, e a polícia, levando à destruição de um edifício público e veículos.
Segundo o Financial Times, as autoridades argelinas atribuem os protestos a agitadores estrangeiros e confirmam que o projeto vai prosseguir. A Argélia apresenta um dos quatro maiores depósitos de gás de xisto passíveis de extração. O diário britânico lembra que o presidente Abdelaziz Bouteflika declarou, no mês passado, que “todas as fontes energéticas, sejam elas convencionais ou não, são um presente de Deus e é nossa obrigação de utilizá-las para o desenvolvimento do nosso país, ao mesmo tempo em que respeitamos o meio ambiente e tomamos todas as precauções necessárias quanto à saúde”. A obstinação ocorre num contexto particular: os estoques de petróleo da Argélia começam a minguar e o país busca uma alternativa que evite que ele se torne um importador de combustíveis.
Nos últimos meses, protestos semelhantes foram registrados na Inglaterra, nos Estados Unidos, no sudeste da Austrália, e na Polônia. Em muitos casos, pequenas comunidades estão conseguindo atrasar ou complicar os planos de extração. Um exemplo disso é o movimento antifraturamento de Zurawlow, cidadezinha do sudeste polonês com apenas 96 habitantes. “Cada vez que a Chevron organizava alguma coisa, íamos lá e protestávamos”, disse Barbara Siegienczuk, uma das líderes dos militantes locais, ao diário britânico The Guardian. Durante 400 dias, eles bloquearam a área da exploração com tratores e outros equipamentos agrícolas.
A resistência explica, em parte, porque várias empresas estão desistindo de explorar jazidas na Europa e na Ásia. Segundo o Wall Street Journal, elas também se deparam com as restrições impostas pelo governo russo, o veto francês ao fracking, a moratória alemã e resultados insatisfatórios obtidos na Polônia, além da baixa competitividade, dado o custo reduzido do petróleo.