O Sri Lanka perdeu 76% de seus mangues ao longo do último século – fenômeno similar ao visto em uma centena de outros países. Mas a pequena nação insular ao sul da Índia acaba de reagir contra essa tendência, lançando um projeto de conservação com viés social sem paralelos. O governo vai oferecer microcrédito e apoio técnico a cerca de 15 mil mulheres para que elas criem seus próprios negócios. Em troca, elas deverão deixar de abater as árvores dos mangues para produção de lenha e atuar como agentes de fiscalização contra o desmatamento.
A meta é proteger o conjunto de 8.800 hectares de mangues do país, aí incluído o replantio de 3.900 hectares de florestas derrubadas, a um custo total de US$ 3,4 milhões distribuídos ao longo de cinco anos. A iniciativa será tocada conjuntamente pelo governo federal e duas não-governamentais, a Sudeesa (entidade local que representa pescadores artesanais) e Seacology, com atuação internacional.
Manguezais são essenciais para a reprodução das espécies marinhas, inclusive peixes, caranguejos e camarões, e têm alta capacidade de absorção de dióxido de carbono. Eles também protegem as regiões costeiras de países tropicais e subtropicais de inundações. Eles estão desaparecendo em ritmo alarmante devido à especulação imobiliária, à expansão das fazendas de camarões e ao desmatamento.
“Nenhum país protegeu o conjunto de suas florestas em mangues – o Sri Lanka será o primeiro”, disse Duane Silverstein, diretor da Seacology à BBC. “Isto demandará uma combinação de mecanismos legais, alternativas sustentáveis de geração de renda e criação de viveiros para plantio de árvores de mangues”. Cerca de 1.500 grupos comunitários serão convidados a participar. Cada um deles será responsável por uma área de 8,5 hectares de mangues e terá o apoio de guardas florestais pagos pelo governo.
O modelo foi inspirado num projeto desenvolvido pela Sudeesa desde 1997 – a entidade foi a primeira a oferecer micro empréstimos de $50 e $2 mil para mulheres das regiões costeiras em troca de apoio a projetos de conservação. A iniciativa também guarda alguma semelhança com o Projeto Tamar, uma ação brasileira que obteve muito sucesso nos últimos 35 anos. O Tamar mobiliza populações costeiras em 25 localidades e oferece alternativas de renda para que elas deixem de recolher os ovos de tartarugas marinhas e preservem as áreas de reprodução de cinco espécies ameaçadas.[:en]
O Sri Lanka perdeu 76% de seus mangues ao longo do último século – fenômeno similar ao visto em uma centena de outros países. Mas a pequena nação insular ao sul da Índia acaba de reagir contra essa tendência, lançando um projeto de conservação com viés social sem paralelos. O governo vai oferecer microcrédito e apoio técnico a cerca de 15 mil mulheres para que elas criem seus próprios negócios. Em troca, elas deverão deixar de abater as árvores dos mangues para produção de lenha e atuar como agentes de fiscalização contra o desmatamento.
A meta é proteger o conjunto de 8.800 hectares de mangues do país, aí incluído o replantio de 3.900 hectares de florestas derrubadas, a um custo total de US$ 3,4 milhões distribuídos ao longo de cinco anos. A iniciativa será tocada conjuntamente pelo governo federal e duas não-governamentais, a Sudeesa (entidade local que representa pescadores artesanais) e Seacology, com atuação internacional.
Manguezais são essenciais para a reprodução das espécies marinhas, inclusive peixes, caranguejos e camarões, e têm alta capacidade de absorção de dióxido de carbono. Eles também protegem as regiões costeiras de países tropicais e subtropicais de inundações. Eles estão desaparecendo em ritmo alarmante devido à especulação imobiliária, à expansão das fazendas de camarões e ao desmatamento.
“Nenhum país protegeu o conjunto de suas florestas em mangues – o Sri Lanka será o primeiro”, disse Duane Silverstein, diretor da Seacology à BBC. “Isto demandará uma combinação de mecanismos legais, alternativas sustentáveis de geração de renda e criação de viveiros para plantio de árvores de mangues”. Cerca de 1.500 grupos comunitários serão convidados a participar. Cada um deles será responsável por uma área de 8,5 hectares de mangues e terá o apoio de guardas florestais pagos pelo governo.
O modelo foi inspirado num projeto desenvolvido pela Sudeesa desde 1997 – a entidade foi a primeira a oferecer micro empréstimos de $50 e $2 mil para mulheres das regiões costeiras em troca de apoio a projetos de conservação. A iniciativa também guarda alguma semelhança com o Projeto Tamar, uma ação brasileira que obteve muito sucesso nos últimos 35 anos. O Tamar mobiliza populações costeiras em 25 localidades e oferece alternativas de renda para que elas deixem de recolher os ovos de tartarugas marinhas e preservem as áreas de reprodução de cinco espécies ameaçadas.