Nova Delhi está construindo sua primeira hidrelétrica, uma usina cuja turbina será movida a esgotos tratados. A pequena unidade tem capacidade de gerar 20 mil quilowatts-hora de eletricidade por ano, que serão usados para abastecer o próprio sistema de saneamento básico da capital da Índia. Os cerca de 34 mil metros cúbicos diários de efluentes tratados serão encaminhados até a turbina por uma tubulação com um desnível de 4,8 metros. O Delhi Jal Board, órgão responsável pelo tratamento de esgotos da cidade, está estudando levar essa tecnologia para outras unidas de tratamento que opera.
O conceito não é exclusividade dos indianos. Na Austrália, uma usina de tratamento de efluentes junto ao porto de Sidney opera uma pequena central hidrelétrica de 4,5 megawatts, gerados por efluentes tratados que caem de uma altura de 60 metros. A austríaca VA TEch Hydro implantou hidrelétricas a esgoto em estações de esqui na França e na Suíça, tirando partido do desnível dos Alpes. E a francesa Veolia, uma das maiores empresas de saneamento básico na Europa, opera micro-hidrelétricas a esgoto em Bruxelas, Madrid e Bucareste.
O que torna essa tecnologia peculiar é a exposição das turbinas a efluentes que podem ter um alto teor de contaminantes e que oferecem risco maior de corrosão, e isso exige que elas sejam confeccionadas com materiais extra resistentes.