Um projeto de maricultura sem fins lucrativos na na costa Long Island, perto de Nova York, acaba de ganhar o badalado prêmio de inovação do Buckminster Fuller Institute, que destaca anualmente soluções para os grandes problemas globais. O projeto GreenWave mereceu a honraria por desenvolver fazendas verticalizadas capazes de produzir grandes volumes de algas, ostras e mariscos num perímetro reduzido do oceano. A unidade-piloto do projeto, em Thimble Islands, produz 10 toneladas de algas e 250 mil unidades de moluscos por ano por acre (uma área de meros 4 mil metros quadrados). A iniciativa também tem vantagens socioambientais importantes, pois visa regenerar ecossistemas marinhos e ampliar as possibilidades de sustento das comunidades costeiras. Com um investimento de US$ 30 mil, um barco e licença para explorar uma área de 80 mil metros quadrados, o maricultor que abraça esse sistema pode obter renda anual na faixa de US$ 70 mil. O GreenWave disponibiliza o conhecimento acumulado a quem quiser replicar a iniciativa e oferece programas de treinamento, manuais e colaboração online.
O curta Farming the Sea, em inglês, conta a gênese da iniciativa: a associação de Bren Smith, um pescador que viu sua produtividade despencar devido à sobrepesca e às mudanças climáticas, com pesquisadores da University of Connecticut e restaurateurs, visando melhorar essa tecnologia e inserir as algas no cardápio do cidadão médio.
Dana Goodyear especula, em artigo recente da revista The Newyork, que, se Bren Smith e outros produtores conseguirem melhorar o sabor das algas e driblar a rejeição dos consumidores, terão em suas mãos um alimento com potencial de mercado ilimitado. Ela cita Mike Rust, cientista especializado em aquacultura da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), órgão federal americano encarregado da pesquisa oceânica e atmosférica. “Ainda não começamos a explorar o oceano como fonte de alimentos”, diz Rust à jornalista. “Se você quer ter uma visão do futuro, a melhor opção é [o livro] “Vinte Mil Léguas Submarinas”, de Jules Verne”. Ele se refere à dieta da tripulação do submarino Nautilus, do Capitão Nemo, exclusivamente à base de alimentos coletados no oceano.
Há quem aposte que a chave para que as algas conquistem o paladar dos americanos está nos laboratórios da Oregon State University. Um grupo de pesquisadores da universidade anunciou recentemente que patenteou uma nova variedade de alga dulse (Palmaria sp.), originalmente encontrada tanto no Atlântico quanto no Pacífico. Ela pode ser cultivada, cresce com muita rapidez, tem alto teor proteico e é duas vezes mais nutritiva do que a couve – alimento da moda entre os que promovem dietas saudáveis nos EUA. Mas o pulo do gato está no sabor – a nova variedade de dulse tem sabor vagamente similar ao do bacon. Suinocultores, tremei.[:en]” width=”232″ height=”300″ /> Método de produção desenvolvido pela Greenwave[/caption]Num artigo recente da The Newyorker
Pesquisadores da Oregon State University patentearam recentemente uma nova variedade de alga dulse (Palmaria sp.) que pode ser cultivada, cresce rapidamente, tem alto teor proteico, é duas vezes mais nutritiva do que a couve – alimento da moda entre os que promovem dietas saudáveis nos EUA – e, se não bastasse, tem sabor vagamente similar ao do bacon. A nova variedade tem sido apontada como uma alternativa promissora tanto pelas suas possibilidades na gastronomia vegetariana quanto por permitir a expansão de áreas cultiváveis oceano adentro.