Enquanto o setor energético em geral enfrenta dificuldades, decorrentes da queda significativa dos preços do petróleo nos últimos anos, os projetos de energia renovável avançam e geram empregos em todo o mundo. Esta é a conclusão de um relatório divulgado nesta quarta (25/5) pela Agência Internacional de Energia Renováveis (Irena, sigla em inglês), durante encontro em Abu Dhabi.
De acordo com o relatório Energia Renovável e Empregos, mais de 8,1 milhões de pessoas em todo o mundo estão agora empregadas na indústria de energias renováveis, um aumento de 5% com relação a 2014. O Brasil é o segundo país com maior quantidade de postos de trabalho na área, com quase 920 mil profissionais empregados, sendo que, desse número, 821 mil estão na área de biocombustíveis líquidos – subsetor que o país lidera.
A China lidera o levantamento, com 3,5 milhões de profissionais empregados em energias renováveis, e se destaca com quase a metade dos empregos em energia eólica e pequenas hidrelétricas em todo o mundo, e a maior parte dos postos de trabalho em aquecimento solar.
Globalmente, o segmento de energia solar fotovoltaica continua a ser o maior empregador do mundo, com 2,8 milhões de empregos em fabricação, instalação, operações e manutenção de painéis. Biocombustíveis líquidos são o segundo maior empregador, com 1,7 milhão de postos de trabalho, seguido por energia eólica, com 1,1 milhão de vagas.
“O crescimento contínuo do emprego no setor das energias renováveis é significativo porque está em contraste com a tendência do mercado de energia como um todo”, explica Adnan Z. Amin, diretor-geral da Irena. “Esse aumento está sendo impulsionado pela queda dos custos de tecnologia das energias renováveis e por políticas públicas mais favoráveis. Nossa expectativa é que esta tendência continue à medida que as renováveis se provem cada vez mais economicamente viáveis e os países se movimentem para alcançar seus objetivos climáticos estabelecidos [no Acordo de Paris]”.
Dentre os números apontados pelo relatório da Irena, um dado interessante é a proporção entre os empregos em projetos de energia fóssil e energias renováveis na China: a indústria renovável emprega 3,5 milhões de pessoas, quase um milhão a mais que a indústria fóssil. Outra informação interessante é a maior participação de mulheres profissionais na área de energias renováveis em comparação com o setor de energia como um todo.
Para Amin, as políticas públicas favoráveis à transição energética continuam sendo um motor fundamental para a geração de empregos na indústria de energia renovável. “À medida que a transição energética se acelera, o crescimento dos empregos em energias renováveis continuará forte. Nossa pesquisa estima que duplicar a quota das energias renováveis no mix energético até 2030 resultaria em mais de 24 milhões de empregos em todo o mundo, atendendo plenamente às metas climáticas e de desenvolvimento”, argumenta o diretor-geral da Irena.
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