Empresas sem capacidade de inovar estão para as monoculturas, assim como os ambientes propícios à criatividade estão para as florestas tropicais. A comparação é traçada por Victor W. Hwang, consultor de inovação no Vale do Silício – como mostra a reportagem, à página 6, desta segunda edição do Guia de Inovação para Sustentabilidade em MPE. Não por acaso, a expressão “ecossistema” tornou-se recorrente quando falamos sobre inovação e empreendedorismo.
Um ambiente diversificado – e, mais que isso, articulado e interdependente –, tal qual uma floresta tropical úmida, confere as condições ideais para fazer a inovação florescer. Nesse ecossistema, a força não está com o maior, nem com o mais poderoso que isoladamente se sobrepõe aos demais. A força está, sim, no relacionamento entre as mais diferentes partes que compõem essa teia. Quanto mais coesa e diversa a rede, mais resiliente será o conjunto.
O Brasil, dono da maior floresta tropical do mundo, tem dentro de casa o modelo que deve mimetizar em suas políticas de inovação, necessárias para que o País retome o crescimento – não qualquer crescimento, mas aquele que produza benefícios econômicos e sociais em harmonia com o ambiente. Será preciso inovar muito para encontrar soluções que gerem bem-estar para as pessoas ao mesmo tempo em que não extrapolem os limites naturais.
Daí a importância – e até mesmo urgência – de promover ações articuladas entre atores-chave do ecossistema de inovação no Brasil, como o governo, as empresas e a área acadêmica. Exemplos no exterior mostram que temos muito ainda a melhorar nessas interconexões. Este Guia é uma contribuição, ainda que modesta, no sentido de fortalecer o ecossistema do qual todos dependemos.
Boa leitura!