Iniciativa promove a aproximação entre cientistas e o público em geral
Você sabe a quantidade de CO² emitido na produção de cimento? Que existe alternativa de utilizar cinzas na mistura do concreto? E que dá para aprender tudo isso em três minutos? Por meio de um vídeo bem humorado, o pesquisador Felipe Lima da Costa mostra que é possível desvendar essas informações de forma acessível, prendendo a atenção do público.
Costa, pós-graduando em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi o campeão de 2017 do FameLab Brasil, concurso de comunicação científica em que pesquisadores explicam um conceito científico ou tecnológico mostrando sua importância ou impacto na vida cotidiana. A competição, organizada pelo British Council, busca aproximar cientistas e público em geral, por meio da contextualização e abordagem de temas científicos no dia a dia da sociedade, além de incentivar o desenvolvimento de competências em comunicação, em especial a habilidade oral.
“Por mais complexo que seja, um tema científico sempre pode ser traduzido em uma linguagem acessível. O concurso estimula o estudante de pós-graduação a explicar um conceito de forma simples e direta, com o objetivo de colaborar para formar futuros cientistas que saberão se comunicar melhor com a sociedade. Todos ganham com isso: tanto a ciência como a população”, afirma Alfredo Tolmasquim, diretor de Desenvolvimento Científico do Museu do Amanhã, onde acontece a segunda etapa da competição.
O FameLab está recebendo inscrições de vídeos até 28 de fevereiro. Os 30 melhores trabalhos receberão passagem e estadia para participar, no Rio de Janeiro, entre os dias 23 e 27 de abril, de treinamento com o um especialista britânico em comunicação. Depois, os candidatos deverão se apresentar ao vivo no Museu do Amanhã diante de um comitê avaliador. O vencedor ganhará uma viagem para participar das finais na Inglaterra durante o Festival de Ciência de Cheltenham.
Além de bolsistas de Fundações de Amparo à Pesquisa, também, serão aceitos pesquisadores independentes e outros não-bolsistas. “De forma geral, podem participar pessoas que têm paixão pela ciência, com nível mínimo de mestrado nas áreas de ciências da vida ou ciências exatas, tecnológicas e engenharia”, explica o diretor presidente do British Council, Martin Dowle.
Em momentos como o atual, de grande polarização e negação de conhecimentos científicos, iniciativas que promovem a divulgação ganham ainda mais importância. A democratização do conhecimento facilita que a população se informe, seja mais crítica e reflita sobre os impactos da Ciência e Tecnologia, assim como tornam-se cidadãos mais preparados para atuar em uma sociedade democrática.