Negócios de impacto ganham identidade e lutam para superar barreiras no capitalismo em transformação
A palavra “impacto” possui múltiplos significados nos dicionários. Refere-se à colisão entre corpos, batida, pancada, encontrão. Pode aludir a choque emocional: abalo, comoção. Ou tem o sentido de repercussão, resultado, influência, efeito. São significados comuns do cotidiano; da vida em movimento. Hoje, adquirem novas cores ao inspirar modelos de negócios que prosperam por fazer o bem, com a lógica de unir ganho financeiro e impulso a soluções em produtos e serviços de demanda crescente face o quadro socioambiental do mundo.
Como algo novo, os chamados negócios de impacto estão no centro de um intenso debate, em diferentes frentes: capacidade empreendedora, acesso a investimentos e mercados, poder de fazer diferente. “O mundo corporativo e do capital, antes arredio a misturar lucro a causas sociais e ambientais, começa a mudar de visão”, ressalta Maure Pessanha, diretora executiva da aceleradora Artemisia, uma das instituições pioneiras no tema. Mas a trilha rumo ao paradigma de ganhar dinheiro e, ao mesmo tempo, mudar o mundo é tortuosa.
Não à toa, o exercício conceitual tem absorvido considerável energia na construção de consenso. Há diferentes linhas de pensamento em torno da relação entre lucro e resultados sociais que o capital proporciona. Para Pessanha, no entanto, deve-se fugir de rótulos sobre o que é ou não é, sobre o que integra ou não o conceito, pois há lugar para diferentes visões. “Apenas de uma coisa não podemos abrir mão: o impacto.”
Segundo o entendimento da Artemisia, que apoiou 430 empreendimentos desde 2004, o negócio deve voltar-se à baixa renda e ter missão explícita de causar impacto, potencial de escala, rentabilidade e distribuição ou não de dividendo.
São negócios capazes de resolver problemas da educação escolar, explorar florestas sem destruí-las, melhorar moradias e, entre outras mazelas, combater a poluição. Do saneamento básico à agricultura e finanças pessoais, as demandas se diversificam. Em alguns casos, com expansão em alternativas de baixo custo; em outros, em tecnologias para melhor uso de recursos naturais, e ainda no aumento da renda de populações, combate à pobreza e redução de vulnerabilidade e desigualdade de gênero e raça. Em Salvador, por exemplo, turismo étnico é o negócio da Diáspora.Black, rede de anfitriões e viajantes que valorizam a cultura afro. Presente em 15 países, a startup oferece roteiros e certifica hotéis.
Os desafios variam conforme o grau de maturidade, pois negócios de impacto abrangem diferentes etapas de desenvolvimento, da ideia nascente à tração e escala, quando a empresa já está estruturada para o mercado. Ao longo dos estágios de vida, adquirir conhecimento em atividades de mentoria e aceleração é um processo que contribui para um desenvolvimento mais rápido do negócio. A intenção de impacto, no entender de Pessanha, é requisito indispensável. “Deve vir do íntimo do empreendedor, estar em conexão com a realidade a ser atacada e necessariamente vislumbrar mudança de status quo”, aconselha. Com um alerta: “Soluções mágicas podem criar um problema ao tentar resolver outro, e nem todas as demandas sociais são passíveis de serem endereçadas por modelos de negócio”.
“Hoje temos uma melhor compreensão do mercado sobre negócios de impacto, antes associados a atividades assistencialistas”, analisa Mariana Fonseca, cofundadora do Pipe Social, plataforma que lançou em março um mapa atualizado com o raio X do setor, como subsídio a novas estratégias. O resultado mostrou barreiras a vencer quanto à diversidade de capital, de perfil do empreendedor e de território. Apenas 20% dos negócios são liderados por mulheres, quadro que exige mais esforços para diversificação de gênero (mais no quadro abaixo).
Do total mapeado, 46% dos negócios se encontram no setor de tecnologias verdes, 43% no de cidadania e 36% no de educação, os líderes do ranking. O setor de educação tem potencial de mercado de R$ 60 bilhões ao ano no Brasil, em especial para cobrir a população de baixa renda, segundo estudo da Inspirare e Potencia Ventures, de 2013.
Há potencial de crescimento em temas como mudança climática e florestas, à medida que pesquisadores universitários trazem soluções inovadoras para o mercado e a sociedade. Além da academia, ONGs olham mais atentamente as questões de mercado, ligando comercialmente produtores a compradores ou criando spin offs na forma de negócios como estratégia de sustentação econômica e ampliação dos benefícios gerados. Um exemplo de spin off é a startup Pecsa, do Mato Grosso, que surgiu para transformar em negócio o projeto do Instituto Centro de Vida com pecuária sustentável, unindo maior produtividade e menor desmatamento na produção de carne.
Empreender na quebrada
O mapeamento promove reflexões, como a aposta no protagonismo empreendedor da própria população mais vulnerável, o que favorece sinergia com as realidades locais e maior amplitude de ganhos socioambientais (mais neste Artigo). Foi o caso da pernambucana Lilian Prado, que cresceu na zona rural de Glória do Goitá (PE), em meio à monocultura da cana-de-açúcar, assistindo ao êxodo de familiares para as capitais, enquanto ouvia na escola que o certo na vida é ter emprego em uma empresa.
Até que enxergou um futuro diferente nas atividades de formação como agente de desenvolvimento local, junto a outros jovens. Alguns planejaram fazer horta orgânica; outros, bijuterias e artesanato. Apesar da disposição, não tinham experiência nem garantia para acessar empréstimo. “Como começar, se ninguém acredita ou dá oportunidade”, perguntava-se a filha de mãe professora e pai lavrador que, com R$ 10 mil doados por ONGs, criou um modelo de banco nada convencional – o Acreditar.
Hoje com um fundo de R$ 650 mil, a iniciativa concede crédito a 400 jovens de cinco cidades por mês – principalmente mulheres, cujo incremento de renda pela via do próprio negócio tem favorecido maior autonomia e respeito. A inadimplência é inferior a 1%. “É preciso qualificação técnica e vontade de mudar”, atesta Prado. A consciência aumentou, completa, mas “ainda nos sentimos sozinhas no desafio que é da sociedade como um todo”.
O resultado social, nesse e em outros casos, é bem maior do que propriamente o econômico. “Estamos falando de transformações nas vidas, como a capacidade de lidar com conflitos em casa, impactos difíceis de medir em números”, afirma Edson Leite, sócio da Gastronomia Periférica, em São Paulo.
Após oficinas de hip hop e uma temporada de trabalho em restaurantes europeus, o chefe de cozinha decidiu voltar ao bairro em que nasceu, o Jardim São Luís, Zona Sul da capital paulista, para retribuir o que aprendeu. Começou com vídeos na internet ensinando a fazer refeições com o que se tem na geladeira, e depois, junto com a professora de gestão da diversidade Adélia Rodrigues, deu dois passos decisivos: criou um aplicativo de celular com o mapa dos estabelecimentos gastronômicos da periferia e transformou um bar local em restaurante-escola, frequentado gratuitamente por jovens de baixa renda em busca de oportunidades no mercado de trabalho. A receita financeira provém de consultorias e serviços de catering para eventos de empresas com a marca do apelo social. “A periferia em geral ainda não entendeu o grande potencial de consumo e venda que tem. Por falta de conhecimento, fica refém de fazer coxinha hoje para vender amanhã”, lamenta Leite.
Inovação versus “custo Brasil”
Os negócios de impacto, parte de um sistema maior, sofrem com barreiras que atrapalham o empreendedorismo como um todo, por conta da burocracia e outros aspectos do chamado “custo Brasil”. Em alguns setores, como no de alimentos, o risco regulatório para levar produtos ao mercado é maior. “Dependemos da aprovação da vigilância sanitária para avançar nos planos, obstáculo que além de paciência exige investimento”, afirma Luiz Filipe Carvalho, fundador da Hakkuna, acelerada pela GrowBio, da Biominas Brasil.
A novidade está na produção de alimentos à base de grilos, a “proteína do futuro”, conforme anuncia a startup. São barras de proteína para prática de esportes, snacks e farinha com poderes de ampliar o acesso a melhor padrão nutricional. E, ao diversificar as fontes de alimentação, tem ainda o potencial de reduzir impactos negativos da demanda global por comida na perspectiva de uma população que deverá atingir 10 bilhões de pessoas em 2050. O empresário encontrou o filão nos Estados Unidos, onde barras de proteína com farelo de grilo estão liberadas para comercialização desde 2014. “Comecei a criação no fundo da república de estudantes na qual morava, produzindo granola caseira”, conta o empresário, na expectativa de agora captar investimentos para, enfim, chegar aos consumidores.
Inovar nos modelos de negócio e desenvolver tecnologias, tanto incrementais como disruptivas, permite ampliar a escala do impacto. Na área de mobilidade urbana, por exemplo, a startup Milênio Bus dedica-se à inteligência no transporte coletivo. Mais especificamente, tem avançado no sistema computacional que faz a contagem de passageiros por sensores. Via celular, o usuário consegue monitorar os ônibus que estão mais cheios ou vazios, e as empresas ganham na melhor gestão da frota.
“Além do conforto, buscamos qualidade e segurança, com impactos indiretos na área ambiental e na redução de custos, pois o veículo lotado tem menor vida útil e emite mais poluentes”, explica Fábien Oliveira, um dos três engenheiros que juntaram expertises para lançar o negócio.
A corrida tecnológica começou em março de 2017, quando o grupo desenvolveu o protótipo durante um hackathon (maratona de programação) da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo. Posteriormente, o destaque no HackBrazil, competição realizada nos EUA pela Universidade de Harvard e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), rendeu prêmio de US$ 50 mil, investido na inovação.
As portas se abriram para a incubação no MobiLab, da prefeitura de São Paulo. “A meta é atingir efetividade de 95% na previsão de lotação e então oferecer às empresas para a gestão de frota”, revela Oliveira. Até agora, chegou-se a 90%. Com um detalhe importante: o preço, 10% do praticado pela única concorrente, a alemã Wolpac.
Na área da saúde, além de impactar positivamente a qualidade de vida, a redução de custos pode, não raro, salvá-la. “Podemos tornar os exames de análise clínica e patológica 50% mais baratos”, revela Paulo Melo, um dos criadores da Pickcells. Com investimentos de R$ 1,5 milhão, a startup de Recife desenvolveu equipamento que fotografa a amostra e manda para bancos de dados em nuvem para que algoritmos possam identificar em tempo real o parasita de verminoses comuns em áreas de baixo saneamento.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, um diagnóstico preciso e rápido é o primeiro passo para o tratamento de doenças que causam muitas mortes no mundo.
Enquanto aguarda permissão para uso nos laboratórios médicos, a tecnologia brasileira se expande no mapeamento da dengue pela identificação de ovos dos mosquitos, em Pernambuco. O mercado nacional de exames in vitro gira em torno de R$ 29 bilhões ao ano, com previsão de dobrar até 2030.
Em aldeias no Malaui, na África, a empresa integra um programa internacional de saúde infantil, liderado pela ONU, em que realiza testes com tecnologia de reconhecimento facial para identificar sinais de dor e doenças.
“Nos dias atuais não faz sentido falar em inovação que mira somente acúmulo de capital sem entregar ganho ambiental e social”, reforça Paulo Branco, vice-coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade, da Fundação Getulio Vargas. Com uma ressalva: “É uma armadilha colocar toda a ênfase no impacto positivo, quando ainda há grande necessidade de mitigação dos negativos, e não podemos desviar nossas atenções disso. Precisamos de negócios adaptados a uma nova economia que caminha dentro dos limites planetários e entrega redução de desigualdades, mas isso depende de modelos mentais e visões de mundo”, explica Branco. Ele enfatiza que a transição é lenta. Ainda não estamos em um mundo novo. “Mal demos conta tempos atrás dos desafios da ‘responsabilidade social corporativa’, depois ampliados para o conceito de sustentabilidade, que agora cede espaço na cena ao glamour dos negócios de impacto”, aponta.
Na visão de Valéria Barros, especialista em inovação do Sebrae, é baixo o risco de o atual movimento enfraquecer como algo efêmero. “Não há mais volta”, diz, porque o mundo busca ir além do lucro e atingir escala de soluções. Para ela, é estratégico diferenciar e fomentar empreendedores de impacto, “com olhar nas camadas de menor renda da população”. No mantra do setor, a paixão deve estar no problema, e não na solução – ou seja, o olhar desses novos negócios se dirige a algo muito bem conhecido pela maioria dos seres humanos: a dor e a vontade de superação.
Quadros:
DIVERSIDADE DE TERRITÓRIO A trajetória de desenvolvimento dos negócios de impacto muda conforme a região
De Norte a Sul, as peculiaridades locais – ambientais, sociais, econômicas e culturais – inspiram projetos capazes de interferir tanto no uso das florestas quanto no planejamento e modo de ser urbano, a exemplo de Recife, onde o ambiente de modernidade da tecnologia dá novas feições ao centro histórico na estratégia de revitalizá-lo. Entre prédios antigos, polo da economia e cultura no período colonial, o Porto Digital, atual fronteira da inovação no Nordeste, reúne estrutura com 318 empresas, além de quatro aceleradoras e duas incubadoras, com faturamento de R$ 2 bilhões ao ano. São 100 mil metros quadrados de instalações, inclusive restaurantes e serviços às empresas de tecnologia, com meta de dobrar nos próximos cinco anos.
“É possível gerar negócios com esse perfil em qualquer canto do País, embora as principais instâncias decisórias de capital estejam longe”, atesta André Araújo, gerente de inovação do Porto Digital. O carro-chefe é a Tecnologia da Informação (TI), aplicada a games, por exemplo. Mas, segundo ele, de uns tempos para cá, o cenário na terra do frevo e do maracatu tem registrado maior presença dos empreendimentos de impacto, “reflexo do anseio por transformações sociais positivas entre jovens da geração dos millennials”.
A conexão urbana marca também a história da inovação em Florianópolis. Com mais de 1 mil empresas de tecnologia, a cidade se posiciona como lugar de boa qualidade de vida, não apenas pela beleza das praias da ilha, mas pelas oportunidades para quem pensa fora da caixinha. Dessa forma, atrai jovens e torna-se campo fértil ao empreendedorismo inovador em segmentos como agronegócio, energia, aviação, governo eletrônico e saúde – um movimento da economia urbana que se espalha por outros seis polos no interior. A ePHealth, da capital, desenvolveu aplicativo vendido a prefeituras para monitorar o trabalho dos agentes comunitários de saúde e melhorar o sistema de atenção às famílias em mais de 3 mil cidades.
“É latente o potencial para os negócios de impacto depois que o modelo passou a ser mais bem entendido”, afirma Marcos da Ré, diretor-executivo do Centro de Economia Verde da Fundação Certi. Em 2017, na sexta edição do programa Sinapse da Inovação, voltado a captar boas ideias para negócios, o interesse por iniciativas tecnológicas de impacto social positivo dobrou entre os 1,8 mil concorrentes.
Na Amazônia, a onda se propaga ao ritmo das demandas associadas à maior floresta tropical do planeta, chave no combate à mudança climática. “Concentrados no meio rural e não em áreas urbanas, como nas demais regiões brasileiras, os negócios de impacto afetam diretamente o uso da terra”, ressalta Mariano Cenamo, pesquisador sênior do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam). Em Apuí (AM), a organização dá suporte ao cultivo orgânico de café, já vendido em São Paulo e Rio de Janeiro com o diferencial da origem na floresta. Consorciado com outros alimentos em sistema agroflorestal, o café reduz desmatamento, promove plantio de árvores e aumenta a renda da comunidade.
Empreender na floresta exige superar dificuldades de logística e acesso a mercado, além da carência de conhecimento e recursos. “Como a capacidade de retorno financeiro é menor, o grande atrativo está nos resultados sociais e ambientais”, enfatiza o pesquisador. O desafio mobiliza iniciativas como a Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), criada com apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), para fomento a soluções, na percepção de que não se conseguirá conservar a floresta sem um novo modelo de economia. Dos 15 negócios selecionados no fim de 2018 pelo programa de aceleração da plataforma, quatro receberam investimentos de R$ 1,1 milhão em competição inédita na região (saiba mais em bit.ly/2HeH1zZ e bit.ly/2NX352B).
A EXPECTATIVA DE VIVER MELHOR Negócio social facilita reforma de moradias na periferia
Na principal rua que cruza o Jardim Ibirapuera, bairro da periferia na Zona Sul de São Paulo, uma pequena loja – estilosa, mas simples como as vizinhas – é parte de um empreendimento citado em palestras e entrevistas como emblemático no campo dos negócios de impacto. O showroom vende sonhos que cabem no bolso de clientes de baixa renda: pias e bancadas para banheiro, tintas, revestimento para piso, armários de cozinha e outros produtos indicativos do problema que se pretende resolver, o da qualidade da habitação popular. “O diferencial está no pacote de soluções que, além de materiais, inclui arquitetura, mão de obra e financiamento”, explica Fernando Assad, sócio do Programa Vivenda.
Após experiência de trabalho em projetos de urbanização da prefeitura, em que as melhorias nas favelas ocorrem das portas das casas para fora, Assad cultivou a ideia de olhar para dentro e transformar a demanda por reforma em negócio. Em 2011, na fase de conceito e validação do modelo, logo se constatou a necessidade de estruturar o mercado para oferecer algo mais e assim evitar a frustração de obras inacabadas. “Precisávamos ser construtora, varejo e banco para financiamento ao consumidor”, diz o empresário, que aproveitou o mestrado da Fundação Getulio Vargas como oportunidade para inovar.
Depois do primeiro impulso, via apoio da Artemisia, o segundo momento de aceleração, em parceria com a Din4mo e o grupo Gaia, inspirou uma nova alternativa de crédito: a primeira debênture de impacto social do País, que captou recursos com investidores de diferentes perfis – filantrópico e focado em retorno – no total de R$ 5 milhões, para realizar 8 mil reformas em cinco anos. No mecanismo, os investidores têm remuneração de 7% ao ano. Se, depois de cinco anos, o retorno for maior que o esperado devido à baixa inadimplência, o excedente será dividido entre prêmio aos investidores (30%) e doação de reformas a famílias que não podem pagar (70%). “O plano é replicar o conceito no mercado financeiro”, revela Assad.
O negócio já realizou mais de 1,2 mil reformas na região e captou R$ 1,2 milhão em investimentos por meio de uma plataforma de crowdequity. A meta é expandir o impacto positivo por meio de cinco novas lojas em diferentes bairros da periferia, até 2020, prosperando ao ritmo do anseio por viver melhor, tendo como pano de fundo a busca por melhorias nos índices habitacionais. O Brasil tem déficit habitacional de 6 milhões de moradias, mas existem pelo menos 25 milhões de casas em condições inadequadas, atingindo mais da metade da população brasileira.
Da impermeabilização à abertura de janelas e construção de cozinhas dignas, o serviço induz melhorias de vida, como melhor rendimento escolar e convívio familiar. “Já reformei para abrir espaço na casa aos meus dois filhos que dormiam no chão e agora quero colocar piso no banheiro para levantar o astral e receber visitas sem passar vergonha”, conta a babá Vanda Rodrigues, moradora do Jardim da Felicidade, ao buscar auxílio na loja.