A campanha Artistas Pelo Pantanal, com doação de obras de arte que podem ser adquiridas pelo público, levantará fundos para criar e manter brigadas contra incêndios na região. A expectativa é de arrecadar R$ 2 milhões
Cerca de 4 milhões de hectares no Pantanal foram atingidos em 2020 por queimadas – o que corresponde a 26% do bioma. Para evitar que tragédias como essa se repitam, o Documenta Pantanal, iniciativa coordenada por Teresa Bracher e Mônica Guimarães, movimentou o mercado de arte em uma corrente de solidariedade em prol da preservação do ecossistema pantaneiro. Surgiu assim o projeto Artistas Pelo Pantanal que, a partir de uma campanha de captação e vendas de obras de arte tem expectativa arrecadar R$ 2 milhões. Os fundos serão administrados pela organização não governamental SOS Pantanal e inteiramente destinados ao investimento em equipamento, formação e manutenção de brigadas voluntárias anti-incêndio na região pelo período de três anos.
São 45 obras, em diversas linguagens, doadas por 42 artistas visuais:
Adriana Varejão, Afonso Tostes, Alex Cerveny, Alexandre da Cunha, Ana Maria Tavares, Antônio Malta Campos, Araquém Alcântara, Artur Lescher, Caio Reisewitz, Carlito Carvalhosa (falecido em 13 de maio), Dalton Paula, Daniel Senise, Di Cavalcanti, Elisa Bracher, Erika Verzutti, Ernesto Neto, Fabrício Lopez, Felipe Cohen, Gerben Mulder, Guga Szabzon, Jac Leirner, João Farkas, José Bento, Laura Lima, Leda Catunda, Luciano Candisani, Luiz Zerbini, Márcia Xavier, Marcius Galan, Maria Klabin, Marina Saleme, Nuno Ramos, Paloma Bosquê, Paulo Bruscky, Paulo Monteiro, Regina Silveira, Rivane Neuenschwander, Rodrigo Andrade, Santídio Pereira, Sérgio Sister, Vik Muniz e Yuli Yamagata.
As obras já estão disponíveis para aquisição nesta plataforma do Festival Internacional de Arte de São Paulo, a SP-Arte, e terão as vendas conduzidas por uma equipe de art advisors. O valor arrecadado será investido em 14 brigadas comunitárias distribuídas em diferentes regiões do Pantanal: Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Nossa Senhora do Livramento, Barão de Melgaço, Poconé, Corumbá e Ladário.
De acordo com Leonardo Gomes, diretor de Relações Institucionais do SOS Pantanal, as equipes vão atuar em áreas que, conforme os dados dos últimos 30 anos, apresentam um risco elevado de incêndios. “Vamos profissionalizar e equipar essas brigadas por meio de um programa que dará suporte por meio de planejamento e treinamento na prevenção e no combate ao fogo”, diz.
Para que toda essa mobilização permaneça viva na memória das comunidades beneficiadas, será́ plantado um bocaiuval na Escola Jatobazinho, mantida pelo Acaia Pantanal. Ao longo de todo o ano letivo, será realizado um trabalho de educação ambiental com crianças ribeirinhas, que, tendo as obras doadas como fonte de inspiração e referência para releituras e criações, vão desenvolver variadas atividades artísticas.
Confira algumas obras:
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