Vigora na Itália, a partir do último 1° de janeiro, uma lei que proíbe a distribuição de sacos plásticos em todos os varejistas do país. É a primeira vez que um Estado da União Europeia aplica uma legislação do tipo em todo o seu território.
Nos últimos anos, muitas lojas e supermercados começaram a cobrar dos clientes os sacos plásticos distribuídos, o que amenizou o consumo do produto pelos italianos. As sacolas de tecido e as embalagens de papel serviram como bons substitutos. Tudo em uma sociedade que já chegou a sondar o topo da lista dos maiores consumidores de sacos plásticos do mundo.
A ONG italiana Legambiente estima que a medida ajude a salvar muitos dos 100 mil mamíferos marinhos que morrem todos os anos vítimas de problemas com esses produtos, além de evitar a emissão de 180 mil toneladas métricas de CO2 por ano. Para se ter uma ideia desse valor, de acordo com relatório mais atual do PNUMA, as emissões anuais do Brasil por mudança no uso da terra foram de cerca de 800 mil toneladas métricas de CO2.
Apesar do uso elevado dos sacos plásticos, que chega anualmente a 400 por italiano, uma pesquisa realizada pela ONG apontou que grande parte dos entrevistados mostra-se receptiva à opção de substituição do material. De 20 mil consumidores, em 80 cidades, mais de 73% afirmaram preferir embalagens reutilizáveis como alternativa, 16% ficaram com o bioplástico e 10% com o papel.
O ministério do meio ambiente brasileiro apresentou, em novembro do ano passado, pesquisa em que mais de 60% dos entrevistados eram a favor de uma lei que proibisse a distribuição da sacolinha. Grande parte dos esforços em controlar seu uso tem brotado do setor privado, em especial da Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Apesar dos exemplos do estado do Rio de Janeiro e da cidade de Jundiaí – que aprovaram regulamentações nesse sentido –, os supermercadistas afirmam que a maior pressão só pode vir de cima para baixo, do governo. Talvez a Itália possa servir de inspiração.