De tempos em tempos um grande grupo econômico anuncia iniciativas que fogem da média e chamam a atenção de quem acompanha a evolução da responsabilidade corporativa.
Foi o caso, dias atrás, do Co-operative Group, uma gigantesca cooperativa de consumidores britânicos. Maior organização desse tipo em nível global, ela tem 6 milhõs de membros e mais de 120 mil funcionários, que atuam nos setores de alimentação, saúde, serviços financeiros, saúde, assistência legal, automotiva e funerária, dentre outros.
Na sexta-feira, seu presidente, Peter Marks, anunciou por meio de uma entrevista ao jornal The Guardian o lançamento de uma campanha com duração de três anos que inclui um grande investimento em energias limpas e redução da pegada de carbono, a promoção do comércio justo e de uma série de projetos sociais.
A campanha (detalhada aqui) prevê, dentre outras coisas:
- Dobrará seu investimento em energias renováveis e conservação de energia, num total de 1 bilhão de libras (R$ 2,7 bilhões) até 2013
- A empresa já havia cortado suas emissões de carbono de suas operações em 60%, tomando como referência o ano de 2006. Agora prometeu chegar a 35% até 2017 – meta considerada sem paralelo entre as empresas britânicas.
- A política de utilização de pesticidas ficará mais rígida. A empresa deverá banir o uso do organoclorado endosulfan (já banido em vários países) e do popular herbicida paraquat.
- O grupo já reduziu em 15% o volume de embalagens que utiliza e pretende diminui-lo em mais 10% até 2012. A distribuição de sacolas em suas lojas também está sendo cortada em 75%.
- A seguradora do grupo está lançando um sistema pioneiro de filtragem ética de seus produtos, que representam um conjunto de 2 milhões de apólices.
- A Co-operative vai ampliar o número de produtos de comércio justo em suas prateleiras. Até 2020, o grupo espera que 90% de todas as commodities provenientes de países em desenvolvimento sejam certificadas por esse sistema.
- Na área social, fará parcerias com escolas, criando 2 mil vagas para aprendizes, e investirá 5 milhões de libras (R$ 13,5 milhões) em projetos de combate à pobreza no entorno de suas lojas e escritórios.
Toda essa movimentação vem acompanhada de um plano agressivo de crescimento. Marks declarou ao The Guardian que a cooperativa, que já havia dobrado de tamanho em apenas três anos, pretende superar 20 milhões de membros dentro de dez anos.