Incertezas regulatórias para o período pós 2012, divergências de registro e transação entre o Esquema Europeu de Comércio de Carbono (EU ETS) e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), entre outros fatores, estão elevando o risco financeiro do mercado de carbono. Incluído nesse cenário está o risco ambiental, já que muitos projetos, por problemas de tecnologia e planejamento, podem não entregar a redução de emissões prometida.
O alerta vem da The Carbon Rating Agency, empresa americana que criou um sistema de rating para medir os riscos de projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa, tanto do mercado voluntário quanto do MDL. O relatório destaca um dos desdobramentos dos impasses percebidos no mercado. O Unep/Risoe, órgão das Nações Unidas que mantém o maior banco de dados sobre projetos de MDL, diminuiu a expectativa de redução de emissões, até 2013, de 2,5 bilhões para 1,5 bilhão de toneladas de CO2.
A empresa usa uma metodologia semelhante ao consagrado rating de crédito, com dez categorias, que vão de AAA (mais alta qualidade) a D (deficitário). A avaliação se dá conforme a probabilidade de determinado projeto alcançar a redução de carbono prometida, bem como aspectos de desenvolvimento sustentável na localidade em que se insere. O relatório apresenta um estudo de caso com 25 projetos de MDL em diferentes partes do mundo. Nenhum atingiu a nota máxima.
Mesmo diante dos resultados insatisfatórios, a empresa considera que os mercados de carbono têm condições de atingir seus objetivos ambientais, desde que haja maior transparência sobre riscos e desempenho. “Até 2012, o MDL terá produzido créditos suficientes para compensar o equivalente a três anos de emissões do Reino Unido”, diz o relatório.