Estima-se que cada brasileiro produza em média cerca de 700 gramas de lixo por dia. Desse total, entre 5% e 10% em peso são de plásticos, incluindo os fi lmes usados como embalagem de alimentos. Reciclam-se apenas 16,5% de todos os plásticos – PETs e rígidos inclusos – e não há dados específicos sobre as películas, segundo o Compromisso Empresarial para a Reclicagem.
O trabalho da pesquisadora Cynthia Ditchfield pode mudar esse estado de coisas. Trata-se de um projeto de pósdoutorado, desenvolvido no Laboratório de Engenharia de Alimentos, do Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica (USP), para criar uma embalagem em filme que seja comestível, biodegradável e antimicrobiana.
O produto, que ainda não está em fase de industrialização, é feito a partir de um polímero natural à base de mandioca e açúcares, duas matérias-primas abundantes no Brasil. As propriedades antimicrobianas, que também precisam ser aperfeiçoadas, são propiciadas por matérias-primas naturais como mel, própolis, óleo essencial de laranja, café, cravo e canela.
Se confirmada sua viabilidade, o material poderá reduzir o volume de lixo, aumentar o tempo de prateleira dos produtos alimentícios e diminuir o consumo de conservantes.