Em cidades com vendas de veículos, congestionamento e poluição do ar que não param de crescer, reduzir o número de motoristas é um desafio. Rodízio, pedágio urbano e cobrança de estacionamento em vias públicas são medidas que incentivam a migração para o transporte coletivo, mas esbarram na impopularidade. Para analisar o efeito de cada uma delas no Brasil, o Instituto de Energia e Meio Ambiente preparou o estudo Instrumentos de Desestímulo ao uso do Transporte Individual Motorizado.
A medida de maior eficácia ambiental e mais democrática seria a cobrança por quilômetro rodado. O imposto varia com o tipo do veículo (se mais ou menos poluente) e do ano de fabricação. As pessoas mais ricas, que em tese dirigem mais e possuem mais de um automóvel, pagariam maiores valores. A cobrança poderia ser feita junto com o licenciamento ou a renovação do seguro obrigatório de acordo com o registro da quilometragem.
Uma vez que essas medidas estão relacionadas a mais impostos, o estudo aponta que a primeira barreira encontrada no Brasil é política. O histórico de corrupção no País causa desconfiança e os políticos querem evitar esse desgaste. Ao analisar cidades como Londres, Cingapura e Hong Kong, o estudo afirma que uma forma de diminuir o descontentamento é investir no transporte público, para gerar uma migração espontânea e gradual.
Outra ação eficaz é estabelecer uma meta de redução de emissões de gás carbônico ou quilômetros de congestionamento para que os benefícios almejados fiquem claros e a população se sinta mais motivada a mudar a rotina de locomoção. O estudo está disponível no site Energia e Ambiente.