A primeira arrancada do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel falhou por falta de combustível. Alguns fabricantes que venderam o produto no primeiro leilão promovido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) não conseguiram entregar a parcela de 20% prevista para 27 de dezembro.
O superintendente de abastecimento da ANP, Roberto Ardenghy, garante que não há ameaças ao cumprimento da obrigatoriedade de adição de 2% de biodiesel ao similar mineral a partir de janeiro de 2008.
Segundo ele, detalhes técnicos e problemas de planejamento atrasaram a entrada em operação de algumas usinas, o que não significa retração da oferta no ano que vem. Atualmente, há 19 fabricantes autorizados pela agência, capazes de produzir 598 milhões de litros por ano. Outros 30 aguardam o sinal verde do órgão regulador, inclusive grandes empresas como a Petrobras.
Além de ficar sem a garantia de compra e de preço sobre o volume que deveria ter sido entregue no final de dezembro, os vendedores terão de passar por novo crivo, que pode anular o restante do contrato e até levar à perda da licença de produção emitida pela ANP.
Apesar desses problemas, em 2006 foram vendidos 34,45 milhões de litros de biodiesel no Brasil e 11 empresas informam a produção mensalmente à ANP. O aumento do preço da soja no mercado internacional, contudo, reduz a rentabilidade das usinas que usam o grão como principal matéria-prima.
Entre dezembro de 2005, data do primeiro leilão, e novembro de 2006, o preço do óleo de soja subiu 45%.