Durante décadas, o conceito de fazenda vertical – torre urbana que empilha estufas e, em alguns casos, também criadouros de peixes e aves – ficou limitado à prancheta de arquitetos de vanguarda. Agora ele começa a sair do papel.
Um dos primeiros projetos implantados é o do jardim vertical hidropônico do zoológico de Paignton, na Inglaterra. De escala relativamente modesta, ele é composto de dezenas de bandejas móveis e sobrepostas com cerca de 11 mil plantas, como alface e espinafre, destinados a alimentar os animais. As bandejas são movimentadas conforme a necessidade de exposição das mudas. O sistema ocupa menos de 100 metros quadrados – uma produção convencional demandaria uma superfície 20 vezes maior. Este ótimo vídeo, infelizmente sem legendas em português, mostra como ele funciona.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=EURY89IHOoY[/youtube]
O modelo usado no zoológico pode ser extrapolado e ganhar dimensões com potencial revolucionário, segundo Dickson Despommier, professor de Saúde Ambiental da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e um dos principais proponentes das fazendas verticais. Para Despommiers, a construção de arranha-céus espiralados de até 30 andares e que ocupassem todo um quarteirão, eliminaria a necessidade de transporte dos alimentos das zonas rurais para as cidades que concentram a maior parte da população mundial. As fazendas verticais também reduziriam a demanda por solos cultiváveis e a pressão sobre os ecossistemas naturais. Por fim, a produção hidropônico evitaria o desperdício de água e nutrientes, graças ao seu sistema de irrigação em circuito fechado.
A Plantagon, uma empresa sueca com participação de índios Onondaga, dos Estados Unidos, e especializada no desenvolvimento de estruturas para fazendas verticais, acaba de anunciar o lançamento de uma fazenda vertical que parece alcançar as dimensões sugeridas por Despommier. Ela deverá ser inaugurada em 16 meses em Linköping, na Suécia. A empresa não deu maiores detalhes sobre o projeto, mas a imagem de divulgação, abaixo, é impressionante.
Esse conceito não está imune a críticas. As fazendas verticais demandam muita energia, usada na iluminação, na movimentação das plantas, no bombeamento de água e nutrientes e na manutenção de uma temperatura ótima e isso poderia superar qualquer outro benefício ambiental. Isso sem falar nos custos financeiros e ambientais da construção de uma unidade dessas em terrenos mais valorizados que os das áreas rurais.
Qual a sua opinião a respeito? Fazendas verticais fazem algum sentido?[:en]
Durante décadas, o conceito de fazenda vertical – torre urbana que empilha estufas e, em alguns casos, também criadouros de peixes e aves – ficou limitado à prancheta de arquitetos de vanguarda. Agora ele começa a sair do papel.
Um dos primeiros projetos implantados é o do jardim vertical hidropônico do zoológico de Paignton, na Inglaterra. De escala relativamente modesta, ele é composto de dezenas de bandejas móveis e sobrepostas com cerca de 11 mil plantas, como alface e espinafre, destinados a alimentar os animais. As bandejas são movimentadas conforme a necessidade de exposição das mudas. O sistema ocupa menos de 100 metros quadrados – uma produção convencional demandaria uma superfície 20 vezes maior. Este ótimo vídeo, infelizmente sem legendas em português, mostra como ele funciona.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=EURY89IHOoY[/youtube]
O modelo usado no zoológico pode ser extrapolado e ganhar dimensões com potencial revolucionário, segundo Dickson Despommier, professor de Saúde Ambiental da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e um dos principais proponentes das fazendas verticais. Para Despommiers, a construção de arranha-céus espiralados de até 30 andares e que ocupassem todo um quarteirão, eliminaria a necessidade de transporte dos alimentos das zonas rurais para as cidades que concentram a maior parte da população mundial. As fazendas verticais também reduziriam a demanda por solos cultiváveis e a pressão sobre os ecossistemas naturais. Por fim, a produção hidropônico evitaria o desperdício de água e nutrientes, graças ao seu sistema de irrigação em circuito fechado.
A Plantagon, uma empresa sueca com participação de índios Onondaga, dos Estados Unidos, e especializada no desenvolvimento de estruturas para fazendas verticais, acaba de anunciar o lançamento de uma fazenda vertical que parece alcançar as dimensões sugeridas por Despommier. Ela deverá ser inaugurada em 16 meses em Linköping, na Suécia. A empresa não deu maiores detalhes sobre o projeto, mas a imagem de divulgação, abaixo, é impressionante.
Esse conceito não está imune a críticas. As fazendas verticais demandam muita energia, usada na iluminação, na movimentação das plantas, no bombeamento de água e nutrientes e na manutenção de uma temperatura ótima e isso poderia superar qualquer outro benefício ambiental. Isso sem falar nos custos financeiros e ambientais da construção de uma unidade dessas em terrenos mais valorizados que os das áreas rurais.
Qual a sua opinião a respeito? Fazendas verticais fazem algum sentido?