A tecnologia que utiliza microalgas para produzir biocombustíveis a partir de esgotos domésticos parece estar a ponto de invadir o mercado. De um modo geral, o uso de algas para produzir biocombustíveis não é competitivo em relação ao petróleo, mas a utilização de esgotos domésticos, cujo tratamento custa caro para as prefeituras, acaba reduzindo essa diferença. Pesquisadores do mundo todo estão aproveitando a vantagem competitiva desse modelo, inclusive cientistas da Nasa, a agência espacial americana, e de universidades da Coréia do Sul, da Nova Zelândia, de Barcelona, na Espanha, e de Minneapolis, nos EUA.
Nos últimos dias foi divulgado que o All-gas, um projeto científico/comercial de 12 milhões de euros, está conseguindo sucesso na reciclagem do esgoto municipal do balneário de Chiclana de la Frontera, no sul da Espanha. À primeira vista, ele não tem nada de revolucionário: após a remoção de alguns contaminantes, o efluente passa por um tratamento anaeróbico em que bactérias digerem a biomassa, emitindo gás, que pode ser reaproveitado. A inovação está na etapa seguinte. O efluente vai para piscinas onde algas continuarão o tratamento, acelerado pela insolação abundante da região. Após um período de maturação, as algas são retiradas dos tanques para a extração do óleo.
O projeto foi iniciado em 2011 e teve 60% dos seus recursos financiados pela União Europeia. Atualmente a usina tem apenas 200 metros quadrados, mas a meta é ampliar a área para 10 hectares até 2016. A meta da empresa é produzir 3 toneladas de algas secas por dia – o biocombustível representa 20% dessa massa. O restante pode ser reaproveitado de várias formas, inclusive a produção de metano. O objetivo é produzir o suficiente para abastecer diariamente uma frota de 200 veículos.
Várias iniciativas aparentadas comunicaram suas vitórias recentemente. Num dos casos mais vistosos, uma joint-venture entre a americana OriginOil e a franco-britânica Ennesys criou uma fazenda de algas no alto do complexo comercial de La Défense, a oeste de Paris, para provar que edifícios podem gerar mais energia do que consomem. Ele converte a ureia do esgoto em nitratos, de modo que o efluente é turbinado antes de ser dirigido ao tanque de criação de algas. Quando estas chegam ao ponto de colheita para produção do biocombustível, são submetidas a pulsos eletromagnéticos que concentram sua massa, reduzindo o consumo de energia associado à extração do excesso de água. Atualmente, o sistema é capaz de tratar 250 mil litros diários e a expectativa é ampliar tal volume no futuro.[:en]
A tecnologia que utiliza microalgas para produzir biocombustíveis a partir de esgotos domésticos parece estar a ponto de invadir o mercado. De um modo geral, o uso de algas para produzir biocombustíveis não é competitivo em relação ao petróleo, mas a utilização de esgotos domésticos, cujo tratamento custa caro para as prefeituras, acaba reduzindo essa diferença. Pesquisadores do mundo todo estão aproveitando a vantagem competitiva desse modelo, inclusive cientistas da Nasa, a agência espacial americana, e de universidades da Coréia do Sul, da Nova Zelândia, de Barcelona, na Espanha, e de Minneapolis, nos EUA.
Nos últimos dias foi divulgado que o All-gas, um projeto científico/comercial de 12 milhões de euros, está conseguindo sucesso na reciclagem do esgoto municipal do balneário de Chiclana de la Frontera, no sul da Espanha. À primeira vista, ele não tem nada de revolucionário: após a remoção de alguns contaminantes, o efluente passa por um tratamento anaeróbico em que bactérias digerem a biomassa, emitindo gás, que pode ser reaproveitado. A inovação está na etapa seguinte. O efluente vai para piscinas onde algas continuarão o tratamento, acelerado pela insolação abundante da região. Após um período de maturação, as algas são retiradas dos tanques para a extração do óleo.
O projeto foi iniciado em 2011 e teve 60% dos seus recursos financiados pela União Europeia. Atualmente a usina tem apenas 200 metros quadrados, mas a meta é ampliar a área para 10 hectares até 2016. A meta da empresa é produzir 3 toneladas de algas secas por dia – o biocombustível representa 20% dessa massa. O restante pode ser reaproveitado de várias formas, inclusive a produção de metano. O objetivo é produzir o suficiente para abastecer diariamente uma frota de 200 veículos.
Várias iniciativas aparentadas comunicaram suas vitórias recentemente. Num dos casos mais vistosos, uma joint-venture entre a americana OriginOil e a franco-britânica Ennesys criou uma fazenda de algas no alto do complexo comercial de La Défense, a oeste de Paris, para provar que edifícios podem gerar mais energia do que consomem. Ele converte a ureia do esgoto em nitratos, de modo que o efluente é turbinado antes de ser dirigido ao tanque de criação de algas. Quando estas chegam ao ponto de colheita para produção do biocombustível, são submetidas a pulsos eletromagnéticos que concentram sua massa, reduzindo o consumo de energia associado à extração do excesso de água. Atualmente, o sistema é capaz de tratar 250 mil litros diários e a expectativa é ampliar tal volume no futuro.