Sucesso do Índice de Sustentabilidade Empresarial reforça valor da reputação dos negócios junto a investidores
A BM&FBovespa e o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV (GVces) lançaram a 9ª carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Pela primeira vez, a carteira preencheu todas as 40 vagas, o que configura um cenário de maior competitividade do índice. O ISE é a ferramenta que reúne empresas listadas na BMF&Bovespa com melhor performance em sustentabilidade corporativa, sob os parâmetros de eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. Ele ajuda a nortear investidores sobre companhias comprometidas com a sustentabilidade.
Em relação ao ano anterior, subiu de 14 para 22 o número de empresas que autorizaram a publicação das respostas ao questionário que compõe o índice. A presidente do Conselho Delibrativo do ISE, Sônia Favaretto, evidencia a transparência como estratégia: “O investidor tem considerado a abertura das respostas na sua análise de investimento”. Ainda dentro dessa tendência, 100% das empresas da carteira publicam relatórios de sustentabilidade, reafirmando seu compromisso público.
Roberta Simonetti, coordenadora executiva do ISE dentro do GVces, explica que os indicadores apresentados pelas empresas também são analisados qualitativamente, além do questionário. Dentro desse raio-x, destacam-se as iniciativas de educação e sensibilização de stakeholders sobre o desenvolvimento sustentável, apresentadas por 98% das companhias.
Outro destaque aparece na área de governança: em mais de 90% das empresas da carteira, há envolvimento direto da diretoria na definição de metas de sustentabilidade, que se estende à prestação de contas das metas. Sessenta e oito por cento prestam conta de metas ambientais, 65% das metas sociais e 73% das metas econômicas. “Colocar metas já é uma boa notícia, prestar contas é uma prática ainda mais avançada. E é isso que o ISE procura: subir a régua”, explica Favaretto.
SEM MAROLA
Desde o seu lançamento, o ISE vem reafirmando a sua rentabilidade para o investidor. Segundo Favaretto, desde março de 2011 ele vem superando o Ibovespa. “Para nós, é uma clara evidência de que essas empresas que estão se abrindo pra sustentabilidade estão sendo mais valorizadas.” Claudio Takahashi, presidente do BBDTVM, aponta o ISE é o terceiro índice com melhor rentabilidade na indústria de fundos.
Na crise financeira de 2008, o índice descolou positivamente do Ibovespa, minimizando o impacto da baixa. A explicação estaria na melhor preparação das empresas da carteira para lidar com impactos, aliada a melhores práticas de governança corporativa. A diretora do Reputation Institute, Ana Luisa Almeida, credita a resistência ao retorno de reputação do índice.
Reputação é um dos valores intangíveis ligados à responsabilidade social corporativa, principal componente do índice, que influencia cada vez mais as decisões dos investidores. Nicolas Georger Trad, executivo do Reputation Institute, afirma que empresas com melhor reputação têm maior retorno em patrimônio líquido, como os próprios números do ISE mostram. Investir em sustentabilidade significa para uma empresa mais eficiência, maior atratividade e, principalmente, maior horizonte de ganhos.
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