POR SÉRGIO ADEODATO
O custo da degradação do planeta tem recaído em toda a sociedade, traduzido nos riscos à qualidade de vida, e não propriamente nas contas das empresas causadoras de danos ao meio ambiente. Pela primeira vez, um estudo mundial calculou quanto – ou seja, qual o peso financeiro dessas “despesas”, caso fossem pagas em vez de remunerar acionistas. De acordo com o levantamento da consultoria Trucost, encomendado pelo The Economics of Ecosystems and Biodiversity (Teeb), as companhias globais mais rentáveis registrariam lucro bem inferior ao que reportam se os custos ambientais tivessem sido incorporados ao balanço financeiro. Em alguns casos, o negócio se tornaria inviável.
O estudo analisou as receitas das maiores indústrias no planeta, e, em seguida, as comparou com 100 diferentes tipos de custos ambientais, divididos em seis categorias: uso da água, uso da terra, emissões de gases de efeito estufa, resíduos, poluição do solo e contaminação hídrica. Os setores mais problemáticos foram pecuária, cultivo e processamento de grãos, energia a carvão e produção de cimento e aço.
A criação de gado na América do Sul carrega custo ambiental 18 vezes maior do que as receitas da atividade, principal responsável pela destruição da Floresta Amazônica. O processamento de soja e a produção animal estão no topo das atividades que mais geram custos de externalidades nas cadeias produtivas. Mais detalhes aqui.