A Casa Branca anunciou ontem uma ofensiva contra os gases superpoluentes – aqueles que têm potencial de promoção do efeito estufa milhares de vezes superior ao do gás carbônico. O presidente Barack Obama divulgou uma lista de iniciativas que visam reduzir o uso de gases hidrofluorcarbonetos (HFC), amplamente empregados pelas indústrias de refrigeradores, sistemas de ar-condicionado, aerossóis e espuma.
Do lado governamental, Obama informou que o Departamento de Defesa americano vai adotar sistemas de refrigeração e condicionamento de ar de baixas emissões em seus destróieres e outras embarcações. O órgão também investirá US$ 3 milhões em pesquisa de alternativas tecnológicas ao HFC.
Uma dezena de lideranças desses setores participou do anúncio, afirmando o compromisso de substituir os gases HFC com a sua substituição por gases com menor potencial deletério. A Agência Ambiental Americana (EPA) produziu uma lista dessas possíveis alternativas, sob o programa Significant New Alternatives Policy (SNAP). No primeiro semestre do ano que vem, o órgão pretende divulgar um calendário com metas para a substituição dos gases HFC nos processos em que isto já é tecnologicamente viável.
A Casa Branca estima que, ao longo dos próximos 10 anos, os compromissos anunciados ontem pelo governo e as empresas representarão uma redução da emissão de dióxido de carbono de 1 bilhão de toneladas – o equivalente à remoção de 210 milhões de carros das estradas por um ano.
Vale lembrar que, nos anos 90, a utilização dos gases HFC foi ativamente promovida por governos e organizações ambientalistas, como substituto do gás refrigerante clorofluorcarboneto (CFC 12), banido devido ao seu enorme impacto sobre a camada estratosférica de ozônio. Agora o HFC seguirá pelo mesmo caminho.