Quando se fala em abelhas e sustentabilidade, a questão mais debatida há algum tempo é o declínio das populações deste super polinizador, fundamental para a biodiversidade e a agricultura. Mas novidades na ciência apontam para um enfoque diferente no debate: o armazenamento de energia.
Tanto guardar energia como o resíduo produzido pelas baterias se tornou um grande desafio para uma economia cada vez mais digital e expandindo para as fontes renováveis como o sol e dos ventos. As baterias de íons de lítio têm sido a opção preferencial para essa função, mas o custo e impacto sobre o meio ambiente são obstáculos que o mercado tem de encarar ao explorar o lítio.
Se o elemento químico pode ser substituído por materiais baseados em carbono, a eficiência desse tipo de eletrodos ainda deixa a desejar. Outros substitutos como nanotubos e grafeno trazem a eficiência, mas a um alto custo de produção.
É aí que entram as abelhas. Elas são as grandes extratoras de pólen, cujas mini partículas fariam dele um ótimo material para compor armazenamento de energia, uma vez reduzido a partículas de carbono puro. É o que diz o estudo publicado nos relatórios científicos da Nature sob o título “From Allergens to Battery Anodes: Nature-Inspired, Pollen Derived Carbon Architectures for Room- and Elevated- Temperature Li-ion Storage“ (algo como “De Alergênios a Ânodos de Bateria: Arquiteturas de Carbono Inspiradas na Natureza, Derivadas de Pólen, para Armazenamento de Li-ion and Temperatura Ambiente e Elevada”).
O estudo ainda está em fase de análise e modelagem, como informa o site Clean Technica, mas os resultados até aqui são promissores e revelam que as partículas apresentam baixa resistência, o que é estratégico para a composição de baterias. Esse pode se tornar mais um laço entre nós e as abelhas e um motivo adicional para garantir sua conservação … como se os outros já não fossem suficientes.