Como a História mostrou nas últimas décadas, o crescimento econômico e a tecnologia, sozinhos, não garantem a criação de empregos, o combate à desigualdade e o bem estar das pessoas em um meio ambiente saudável.
A desconcentração do poder econômico e a diversificação das atividades entraram no radar de estudiosos como elementos também necessários para enfrentar a crise do capitalismo que sucedeu os anos dourados do Pós-Guerra – ensina o professor Arilson Favareto na Entrevista desta edição.
A partir disso, um elemento crucial passou a fazer parte dos debates sobre desenvolvimento: os territórios, suas características próprias e suas pluralidades. O Brasil, entretanto, tem caminhado na contramão na medida em que assume um modelo de desenvolvimento basicamente monotemático e concentrador de riquezas.
Daí a importância de pensar o desenvolvimento olhando para as especificidades de cada território – entendendo território como uma ideia que se baseia sobretudo em identidades, e não necessariamente em fronteiras geopolíticas.
Não é tarefa fácil, considerando que cada território contém um conjunto diversificado de forças sociais, muitas vezes conflitantes entre si. O desafio – e a beleza – da governança territorial é conseguir articular essas forças e identidades únicas em torno de projetos em prol do desenvolvimento local e nacional.
Mais que disseminar o conceito da governança territorial, este Projeto Especial, produzido em parceria com o Instituto Lina Galvani, mostra como colocar esse debate na prática, considerando os diversos atores: os governos, as empresas (por meio do Investimento Social Privado), as organizações da sociedade civil e o cidadão interessado em participar de instâncias da agenda pública.
Boa leitura!