Finalmente, o Ministério de Ciência e Tecnologia decidiu divulgar os dados preliminares do inventário nacional de emissões de gases de efeito estufa. Os dados, que ainda serão revisados e finalizados ao longo de 2010, já apontam uma surpresa.
Ao contrário do que se especulava, o perfil das emissões brasileiras praticamente não mudou em relação a 1994, ano-base do primeiro inventário oficial brasileiro. Analistas imaginavam que a participação do desmatamento na emissão de carbono teria sido reduzida em função do crescimento da indústria brasileira e do consumo de energia. No entanto, as alterações no uso da terra, que em 1994 respondiam por 73,8% das emissões nacionais de carbono, atingem 76% em 2005.
Embora o ano-base deste novo inventário seja 2000, o Ministério também apresentou dados referentes a 2005.
Em carbono equivalente (padrão que reune todos os gases de efeito estufa, considerados os diferentes potencias poluidores, usando como referência o carbono) o peso do desmatamento subiu um pouco, de 53% em 1994 para 57,5% em 2005. No período de 15 anos, as emissões totais de gases de efeito estufa aumentaram em 62%.