Tai uma novidade que podia vingar no Brasil: Trata-se do GoodGuide, uma nova ferramenta que irá fornecer ao consumidor uma miríade inédita de informações sobre impactos de determinado produto ou marca. A pessoa instala um aplicativo em seu iPhone, similar a um leitor de códigos de barra, que permite que se verifique, em questão de segundos, a existência ou não de substâncias tóxicas em um produto, se sua produção envolve exploração de trabalhadores ou ainda o compromisso da empresa fabricante sobre sustentabilidade.
A ideia está em prática apenas nos Estados Unidos, por enquanto. Mas uma visita no site já pode dar uma ideia de como funciona a ferramenta, enquanto ela ainda não está disponível por aqui.
O GoodGuide reúne dados de 75 mil produtos, dos mais variados tipos. Usando o aplicativo um consumidor pode fazer comparações entre diferentes marcas e adquirir aquela que esteja mais de acordo com seus valores. O criador da ferramenta é o professor do Departamento de Ciência Política e Gestão Ambiental da Universidade de Berkeley Dara O´Rourke.
Ele teve o insight lendo o rótulo de um protetor solar que passaria na filha e que lhe levantou dúvidas sobre sua composição química, e percebeu que a grande maioria dos consumidores não têm ideia do que está contido naquilo que consomem ou da forma como são produzidos. O´Rourke abriu então uma organização sem fins lucrativos e buscou o apoio de cientistas, especialistas em comportamento do consumidor e profissionais de indústria, além de instituições e empresas como a Universidade da Califórnia, o Massachusetts Institute of Technology, Google, Amazon, eBay e PayPal.
Na medida em que disponibiliza informações úteis aos consumidores, o GoodGUide supre ausência de indicadores claros e compreensíveis na rotulação dos produtos, como por exemplo os transgênicos, que devem trazer no rótulo a informação de que são organismos geneticamente modificados. Mas, em alguns casos as empresas continuam desrespeitando o direito do consumidor de saber o que está comendo, porque usam ingredientes transgênicos e não informam isso nos rótulos. Com os consumidores cientes daquilo que estão comprando, talvez a esperada pressão sobre o comportamento das empresas de fato se concretize.