Quanto custam as externalidades – emissões de carbono, poluição, sobrepesca e exaustão de outros recursos naturais – causadas pelas atividades das maiores companhias do mundo? Justamente porque são consideradas externas ao mercado, elas raramente são quantificadas e os recursos comuns continuam sendo dilapidados. Para estimar o tamanho desses custos, as iniciativas das Nações Unidas para o meio ambiente (Unep) e para Princípios de Investimento Responsável (PRI) encomendaram um estudo – que deve ser divulgado em maio.
Mas o jornal inglês The Guardian antecipou a cifra: US$ 2,2 trilhões foram os danos causados pelas 3 mil maiores empresas com ações negociadas em bolsa do mundo em 2008, o equivalente a um terço do lucro médio das companhias. Assim como a estimativa de que todos os benefícios oferecidos pela natureza valeriam US$ 33 trilhões por ano, feita pelo pesquisador americano Robert Costanza em 1997, o cálculo deve causar polêmica. Mas o importante para as Nações Unidas é dar instrumentos aos investidores para que pressionem as companhias a reduzir seu impacto. Os Princípios para o Investimento Responsável são voluntários e contam com 335 signatários, entre grandes investidores, como fundos de pensão, e gestores de ativos.