A ararinha azul (Cyanopsitta spixii), espécie originária do Vale do São Francisco, na caatinga baiana, é uma espécie praticamente extinta. A última vez que uma delas foi avistada na natureza foi em 2000. Um punhado de instituições no Brasil e no Exterior conservam uns poucos exemplares, que raramente se reproduzem em cativeiro.
A boa notícia é que um projeto privado, patrocinado por um xeque do emirado do Qatar, conseguiu aumentar em 30% a população mundial da espécie nos últimos cinco anos. Pelo menos duas dezenas de ararinhas nasceram na reserva de Al Wabra.
O projeto mantém 2.500 animais de uma centena de espécies, incluindo a maior população conhecida de ararinhas azuis. Ele também organizou um banco de dados sobre a biologia e a distribuição da espécie em inglês e português e fornece informações detalhadas sobre os procedimentos que adotam para que a reprodução seja bem sucedida.
A ararinha azul, uma das espécies de aves mais ameaçadas do planeta, é vítima do tráfico de animais e da destruição do seu habitat que é, por natureza, muito limitado, já que ela depende da presença de caraibeiras, a única árvore onde forma seus ninhos. Se não bastasse, ela compete por esse espaço (ou competia, quando ainda era encontrada na natureza) com abelhas africanas – geralmente ficando em desvantagem.
Para saber mais sobre a reserva de Al Wabra e o seu projeto de reprodução de ararinhas azuis, veja este vídeo produzido pela revista Time (em inglês).