A taxa de natalidade global está caindo a um nível sem precedentes. Dentro de dez anos, ela deverá estar abaixo de 2,1 – o mínimo para a reposição da população hoje existente. Nos anos 70, apenas 24 países, todos eles ricos, tinham taxas inferiores a 2,1. Hoje, eles são mais de 70 espalhados por todos os continentes, inclusive a África. Segundo a revista The Economist , que trouxe uma matéria de capa a respeito na semana passada, a natalidade está despencando nos países em desenvolvimento à semelhança do que ocorreu durante a Revolução Industrial na Europa, durante o século XIX…
Autor: Redação
O país que mais investe em Ciência abriga dezenas de milhões de pessoas que acreditam em qualquer coisa – menos no que tem comprovação científica. É crescente o número de norte-americanos que renegam, por exemplo, o aquecimento global e as vacinas. Uma pesquisa de opinião divulgada há poucos dias mostra que aumentou o número dos que duvidam das mudanças climáticas. Segundo o respeitado Pew Research Center for the People & the Press, que ouviu 1.500 adultos nas últimas semanas, apenas 57% reconhecem as evidências científicas nesse sentido – contra 71% em abril do ano passado. Pior: dentre os que reconhecem…
Esta imagem faz parte de uma série sobre a poluição na China feita pelo fotógrafo Lu Guang e recentemente premiada pelo W. Eugene Smith Memorial Fund. Lu retrata dezenas de cidades com altíssima incidência de câncer e malformações congênitas, rios entupidos de lixo e evidências de contaminação industrial. As imagens são fortíssimas mas merecem uma visita. O que o fotógrafo não mostra é a forma como o governo chinês costuma reagir a este tipo de desastre. A China nunca se fez de rogada. Quando o governo considera que um problema ambiental ou uma obra de infraestrutura exigem a transferência de…
Os chamados “subsídios sujos” – aqueles que dão uma vantagem competitiva a tecnologias poluentes – ainda são a norma em inúmeros países. Cerca de US$ 300 bilhões – algo na faixa de 0,7% do PIB mundial – são gastos anualmente para subsidiar a geração de energia. Segundo estimativas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a maior parte desta dinheirama destina-se aos combustíveis fósseis. Tais recursos reduzem artificialmente o preço do petróleo, do gás, do carvão mineral e da eletricidade gerada por eles. Isto, obviamente, aumenta o consumo e as emissões de gases-estufa. Por isso, afirma o Pnuma,…
É possível que um país que entrou para o imaginário mundial como sendo um verdadeiro inferno se torne uma meca do ecoturismo? Sim. Ruanda – o minúsculo país africano encravado entre a Tanzânia e a República Democrática do Congo – só vem à lembrança como palco de um genocídio que matou pelo menos 800 mil pessoas, na sua maioria da etnia tutsi, em 1994. A tragédia, que dizimou quase 10% da população, também teve impactos consideráveis sobre as florestas do país, que abrigam um terço dos 700 gorilas das montanhas remanescentes no mundo. Apesar disso, Ruanda tem atraído um número…
Meu sogro, Max Hoffman, trabalhou como escravo numa fábrica da Volkswagen, durante a Segunda Guerra, participando, a contra-gosto, do esforço de guerra alemão. Mais de cinquenta anos depois, a empresa aceitou pagar a ele e outros sobreviventes, dentre os 7.000 trabalhadores que explorou ( Leia mais a respeito aqui ). Max começou a receber sua indenização aos 80, seis anos atrás. Pode-se dizer que ele é o “sortudo” da sua família – sua mãe e dez dos seus 11 irmãos foram mortos na sua frente, quando a guerra chegou à Ucrânia, onde viviam. É bem provável que exista um escravo…
Gastamos uma barbaridade de tempo e energia com a internet. A cada duas pesquisas feitas no Google, daquelas em que vamos e voltamos até achar o que queremos, emitimos cerca de 14 gramas de gás carbônico – o mesmo tanto que o preparo de uma bule de chá. Aliás, há estimativas de que a internet e o mundo da Tecnologia da Informação produzem tantas emissões quanto as companhias aéreas – cerca de 2% do total. (leia mais aqui).� Assim, se é para navegar, que seja com consciência. Para ajudá-lo nessa empreitada, eis uma lista afiada de links de calculadoras, enciclopédias,…
Você já ouviu falar de Slow Food-, movimento que ataca a cultura do fast food e que prega a volta das tradições gastronômicas e do prazer convivial de uma boa refeição. Talvez tenha ouvido falar de Slow Travel – que propõe que o turista interaja com as paisagens, as pessoas e a cultura do lugar visitado. Agora, Slow Money? Investir sem preocupação com o tempo de retorno do dinheiro? O conceito cresce nos Estados Unidos, na ressaca do revertério da economia e dos investimentos tradicionais. Seu lema: “investir como se os alimentos, as propriedades rurais e a fertilidade importassem”. Sua…
A sustentabilidade é como um smörgåsbord – aquele bufê que tem arenque preparado de 52 formas e tudo o mais que houver numa dispensa sueca. Primeiro, é impossível pronunciar sem parecer metido a besta. Segundo, cada um se serve do que mais lhe apetece. Cada um de nós abraça aspectos da sustentabilidade que nos convêm. Quando morava na França, entrevistei muitos ambientalistas sérios que caçavam todos os fins de semana. E que não viam nenhum conflito nisso. No Brasil, já foi muito comum encontrar militantes fumando (hoje até fumam, mas normalmente não são cigarros convencionais). Uma colega do curso de…
Talvez em poucos lugares do mundo o território seja uma questão tão fundamental e crítica como no Oriente Médio. À parte as razões de cada um dos lados no mais recente conflito na Faixa de Gaza, a historiadora Arlene Elizabeth Clemesha enxerga um quadro basicamente dividido entre ocupante e ocupado, resultado de um processo de colonização. Para ela, os extremismos do ocupado – no caso o Hamas – são reflexo justamente desse movimento. “O Hamas surgiu da ocupação; sem ela, ele não existiria.” Com mestrado e doutorado em História Econômica pela USP, Arlene integra a diretoria do Instituto de Cultura…