Especial de reportagem percorre as calhas dos principais rios amazônicos para descobrir soluções criativas voltadas a manter a floresta em pé. Inicie esta viagem conosco pelo Rio Amazonas
Autor: Sergio Adeodato
O cenário da inovação e empreendedorismo se descola dos grandes centros e se aproxima da base produtiva na floresta, engajando talentos ribeirinhos e indígenas rumo a uma nova economia da Amazônia
Longe dos grandes centros regionais, jovens egressos de universidades e instituições tecnológicas esbanjam criatividade e esforços de inovação e empreendedorismo. Fomos a campo, no chão na floresta, encontrar quem faz a diferença para inovar, desenvolver a sociobioeconomia na prática e construir um novo paradigma diferente da pobreza e do desmatamento. Voltamos com muitas histórias para contar.
Alimento ancestral indígena consumido em situação de escassez e esquecido no tempo é pesquisado por cientistas a partir das inquietudes de um jovem de 17 anos que pode ganhar o Nobel do Ensino Médio nesta semana, nos Estados Unidos. O trabalho ajuda na valorização do conhecimento tradicional, inclusão de pequenos produtores e segurança alimentar, no contexto da “bioeconomia criativa” como enfrentamento à mudança climática.
Na grande floresta que não reconhece divisas, a região limítrofe do País sofre com fragilidades estruturais, que permitem o avanço do crime organizado e a sua conexão a outras redes de ilegalidades presentes no território. Estão em debate alternativas para desenvolver a bioeconomia, com liderança de indígenas e ribeirinhos, junto à cooperação internacional na Pan-Amazônia e ao fortalecimento das instituições públicas de segurança e proteção socioambiental.
Uma “bioeconomia criativa” que floresce por trás do açaí, da castanha e demais cadeias produtivas da floresta tem poderes de iluminar e valorizar a sociobiodiversidade, mobilizar renda e engajar jovens talentos em cidades e comunidades amazônicas para um futuro de maior prosperidade. Na emergência climática do planeta, a efervescência da cultura e da inovação cria oportunidades bem perto de onde está o conhecimento tradicional e pode gerar legado social e econômico como forma de combate ao desmatamento. Este conteúdo, que representa uma contribuição da Página22 para a COP 30 do Clima em Belém, inaugura a série de reportagens sobre Bioeconomia Criativa, com atualização periódica de cases e das histórias de seus principais personagens.
Conectar ciência e tecnologia, produção comunitária dos territórios e infraestrutura industrial demanda inteligência em novos modelos de governança para que bionegócios ganhem escala e prosperem na floresta. São crescentes as iniciativas de biohubs, clusters e outras formas de agrupamento do setor, analisadas por estudo inédito do Idesam como subsídio a políticas e investimentos na Amazônia, sob as luzes da COP 30 do clima em Belém.
Plásticos desafiam a saúde e a conservação dos manguezais amazônicos. Sob as luzes da COP 30 em Belém, no próximo ano, a preocupação com os resíduos mobiliza comunidades e busca dados científicos para subsidiar políticas públicas.
Programa Florestas do Futuro, pioneiro na restauração da Mata Atlântica, completa 20 anos de inteligência na produção de mudas, prospecção de áreas, técnicas de plantio, monitoramento e articulação com produtores, empresas e poder público
Da prospecção da biodiversidade à gestão do manejo, rastreabilidade, previsão de safra, logística e comercialização, a IA tem alto potencial de agregar valor nas cadeias produtivas amazônicas. No entanto, o descompasso com as realidades locais e o abismo no acesso às tecnologias podem acirrar as desigualdades na floresta.
