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Crônica escrita em forma de anúncio satiriza a forma meramente comercial como grileiros e especuladores de terras em geral enxergam uma floresta essencial para o equilíbrio climático e a biodiversidade do Brasil e do mundo – a Floresta Amazônica. O texto de João Meirelles Filho é de 2019, mas poderia ter sido publicado nesta semana

O professor, economista, político e diplomata brasileiro, Antônio Delfim Netto (1928-2024), concedeu entrevista memorável aos jornalistas Amália Safatle e José Alberto Gonçalves, para a edição de maio de 2013. Nela, Delfim foi procurado para analisar o pensamento do economista romeno Nicholas Georgescu-Roegen (1906-1994), considerado o pai da Economia Ecológica, que propôs nos anos 1970 uma visão do sistema econômico centrada na Termodinâmica.

A entrevista, que se torna acalorada, acaba explorando o conceito de desenvolvimento, os limites planetários ao crescimento dos países e as regulações globais da agenda multilateral pela sustentabilidade. Com o argumento de que a tecnologia resolverá os problemas ambientais e climáticos de cada país, ele parece se irritar com os questionamentos, acusa a sustentabilidade de impor valores que remetem à Idade da Pedra e diz que tem “chão pra burro” até o Sol apagar.

Ao se reportar impactos socioambientais negativos e positivos da atividade produtiva nos balanços corporativos, os instrumentos financeiros e econômicos passam a jogar a favor da sustentabilidade. Essa frase poderia fazer parte do noticiário atual, uma vez que as empresas hoje se preparam para se adequar a novas regras internacionais de reporte, que deverão incluir resultados relacionados à sustentabilidade e ao clima. Mas a frase é de um artigo de Roberto Silva Waack publicado na Página22 em 11 de julho de 2013 – há exatos 11 anos.

A agenda de adaptação à mudança do clima avançou muito timidamente no Brasil, o que impõe a necessidade de disseminar ainda mais este conhecimento para mobilizar governos, empresas e pessoas. O País, espantado a cada desastre climático, corre atrás dos prejuízos e sofre danos irreparáveis, como perdas humanas. Separamos aqui duas edições inteiras em que a Página22 mergulhou de cabeça no tema da adaptação, em 2013 e em 2016. Confira cada uma e veja o que avançou de lá para cá, e o que ainda precisa ser feito para prevenir, antes de precisar remediar

Se a História é contada pelo ponto de vista dos vencedores, é preciso recontá-la para olhar o futuro de outra forma, disse Djamila Ribeiro nesta entrevista concedida em 2016. Sem poupar a direita nem a esquerda, a filósofa cita o antropólogo Kabengele Munanda, segundo o qual o racismo no Brasil é um crime perfeito.

Um pouco de História ajuda a contextualizar o massacre na Faixa Gaza, em resposta à ação terrorista do Hamas contra israelenses, em outubro de 2023

A nova época geológica, que poderia ser oficialmente determinada em agosto, foi objeto de reportagem em 2008. A definição contribui para compreender o impacto humano, até então desastroso, sobre a Terra. Mas também serve para que um país como o Brasil se veja apto a protagonizar o Antropoceno 3.0, desta vez inteligentemente manejado

Já em 2012, o economista Pavan Sukhdev mencionava uma janela de 12 a 15 anos para o mundo promover uma transição ao baixo carbono. Doze anos se passaram e ainda há importantes corporações trabalhando justamente na direção contrária

Remunerar comunidades indígenas e tradicionais pelo serviço de proteger o capital natural brasileiro representaria uma revolução econômica, cultural e ambiental sem precedentes no planeta, já dizia Mary Allegretti em 2006. Para a antropóloga, somente uma política inovadora especificamente formulada para remunerar um serviço ambiental poderia manter vivas as áreas protegidas. Dezoito anos depois, o quanto avançamos nisso?