Gastamos uma barbaridade de tempo e energia com a internet. A cada duas pesquisas feitas no Google, daquelas em que vamos e voltamos até achar o que queremos, emitimos cerca de 14 gramas de gás carbônico – o mesmo tanto que o preparo de uma bule de chá. Aliás, há estimativas de que a internet e o mundo da Tecnologia da Informação produzem tantas emissões quanto as companhias aéreas – cerca de 2% do total. (leia mais aqui).�
Assim, se é para navegar, que seja com consciência. Para ajudá-lo nessa empreitada, eis uma lista afiada de links de calculadoras, enciclopédias, serviços e um programa de buscas com apelo socioambiental. A maioria está em inglês, mas alguns têm parte do seu conteúdo em português. Busquei selecionar os que são mais aplicáveis à realidade brasileira.
Calculadoras de pegada ecológica
• O WWF Footprint Calculator , elaborado pelo WWF da Inglaterra, levanta a forma como você come, vive e consome e calcula quantos planetas seriam necessários se todos vivessem como você.
• O Water Footprint Calculator calcula o volume de água que você consome direta ou indiretamente (por meio dos alimentos que consome, por exemplo).
• O EcoCalculator calcula quantas árvores e o volume de energia necessários para produzir impressos – de cartões de visita e postais a brochuras. Ele também estima as emissões de carbono e o volume de resíduos e de efluentes líquidos gerados.
• O Vehicle Eco Calculator ajuda a decidir que veículo adquirir, com base no seu custo e na sua eficiência no consumo de combustível. Ele calcula, por exemplo, quanto você economizará se comprar um carro mais econômico e quanto deixará de emitir.
Buscadores
• O Forestle é um buscador de websites na linha do Google ou do Yahoo, com uma diferença: praticamente toda a sua receita de anúncios é doada para o programa Adopt an Acre, da The Nature Conservancy, ONG que adquire terras visando a sua conservação. O website informa que patrocina a preservação de 0,1 metro quadrado a cada busca, fosse. Graças a este sistema, a organização já promoveu a conservação de 120 mil m2.
• O similar Eco4Planet é melhor para quem faz pesquisas em português. Ele também tem outra qualidade: tem fundo preto, o que leva a uma economia no gasto de energia. Mas este buscador tem uma relação custo-benefício muitíssimo pior: uma muda a cada 50 mil buscas.
Enciclopédias – construídas à semelhança da Wikipedia, têm os mesmos méritos (democratização do conhecimento) e os mesmos problemas (qualquer um pode incluir qualquer coisa).
• Com um foco mais científico, mas linguagem acessível, The Encyclopedia of Earth é produzida a partir de artigos de acadêmicos de alto nível e tem em seu conselho consultivo figurões como Robert Costanza, da University of Vermont, e David Orr, do Oberlin College.
• Sob o lema “compartilhando o conhecimento para construir vidas plenas e sustentáveis”, a Appropedia oferece mais de 16 mil páginas em seis línguas, inclusive o português (mas não se anime. Há só um texto na nossa língua).
• Considerada a “enciclopédia dos alternativos”, pelo jornal francês Liberation, a Ekopedia oferece artigos em meia dúzia de línguas (em português ainda não), com predominância do francês.
Outros serviços
• O Nukeometer é excelente para pacifistas e para os excessivamente otimistas. Você escreve o nome da sua cidade e ele indica quantas ogivas nucleares podem atingi-la. A fonte do cálculo é o jornal britânico The Guardian – logo, a estimativa tem boa procedência. Se você digitar São Paulo, verá que 3.535 ogivas podem atingir a capital paulista, sendo 1.264 dos Estados Unidos, 2.079 da Rússia e 192 da Grã-Bretanha.
• Palestras curtas sobre tendências atuais e idéias que merecem ser replicadas, ligadas à sustentabilidade ou não, podem ser vistas via TED. Muitas são legendadas em português, como esta, com o ex-vice-presidente e ambientalista norte-americano Al Gore, ou esta, em que o biólogo Willie Smits narra como ajudou a recuperar uma área florestal desmatada em Bornéu, na Indonésia, e a resgatar 2 mil orangotangos.
• Este é novíssimo. O badalado Google Earth , que permite visualizar imagens de centros urbanos e paisagens naturais produzidas por satélites, acaba de incluir uma série de ferramentas que permitem visualizar os possíveis impactos do aquecimento global.
Estas são as minhas. Quais são as suas dicas?