Não há como negar que os resultados das discussões da Conferência do Clima de Copenhague, a COP-15, além de não definirem um acordo a ser cumprido pelos países participantes, acabaram por trazer um verdadeiro clima de pessimismo com relação a um possível plano para contornar o aquecimento global.
No entanto, parece que o problema pode estar muito mais concentrado na definição de uma perspectiva geral do que nas ações unilaterais de adoção de formas de energia limpas em substituição aos combustíveis fósseis.
Um estudo produzido pelo Instituto Accountability, organização que analisa a responsabilidade nas práticas empresariais de instituições públicas e privadas, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP, em inglês), revelou que cerca de 46% dos países analisados apresentaram algum avanço relacionado às políticas para o clima.
O Índice de Competitividade Climática (ICC), que analisa o planejamento e a execução das estratégias de “responsabilidade climática”, classificou 95 países, responsáveis por 97% da atividade econômica mundial e 96% das emissões globais de carbono. Segundo o índice, 32 países fizeram progressos significativos, com destaque para a Alemanha, a China e a Coreia do Sul.
O Brasil, por sua vez, foi citado, ao lado do Japão e do Reino Unido, como país onde questões sobre responsabilidade climática têm ocupado um papel crescente na pauta eleitoral. Além disso, o país é lembrado quando o assunto são os exemplos de boas práticas no mundo: o relatório faz referência ao apoio governamental, intensificado a partir de 2002, no uso de fontes de energia eólica, hidrelétrica e de biomassa no país.
As nações estão adotando estratégias de responsabilidade climática com base nas prioridades de seus modelos produtivos. Exemplo disso é a postura da União Europeia e dos Estados Unidos, que estão preparando um pacote de ações com a finalidade principal de substituir as energias fósseis pelas renováveis.
A União Europeia (UE) divulgou, na semana passada, que investirá 52 bilhões de euros ao ano (US$ 70 bilhões) até 2020 em fontes de energia limpa. As energias solar e eólica serão os principais substitutos do petróleo, gás e carvão até 2050. As metas da UE vão ainda mais além: até 2020, pretende reduzir em 20% as emissões com relação a 1990, além de elevar para 20% o peso das energias renováveis no consumo total e fazer uma economia energética também de 20%. Os países ainda se comprometeram a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 80% até 2050.
Já nos Estados Unidos, a lei de clima, que aguarda a apreciação do Senado, promete concentrar o maior esforço de mobilização do Congresso depois da reforma da Saúde. As mudanças, no entanto, já podem ser vistas nas Forças Armadas, setor público com um dos maiores gastos de energia. A ideia é intensificar o uso de veículos elétricos, além de aviões e submarinos movidos a biocombustíveis, diminuindo assim os gastos com combustíveis fósseis, que ultrapassaram os U$ 20 bilhões em 2008.
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