Não faz muito tempo – antes da explosão da internet nos anos 90 – era comum ouvir falar do trabalhador do futuro, aquele que atuaria confortavelmente de sua própria casa, usando as tecnologias da informação para se conectar e se comunicar com o resto do mundo, e evitar o trânsito de cada dia para chegar no escritório. Parece que o futuro mudou de rumo e hoje uma legião de trabalhadores independentes quer mais é contato humano.
Em cidades como São Francisco e Nova York, a moda do coworking pegou, com profissionais de várias áreas juntando-se a espaços coletivos de trabalho. São proprietários de pequenas empresas, empreendedores ou freelancers que não dependem dos companheiros de escritório para produzir, mas não abrem mão de interagir, trocar ideias e colaborar. Algumas comunidades tem integrantes fixos, que pagam aluguel mensal para usar mesa, cadeira, conexão à internet e outros serviços, e outras também permitem o uso por algumas horas ou dias.
Há também a comunidade, sem espaço fixo, que se reúne uma vez por semana para se beneficiar do contato humano. É o Jelly, que se auto-intitula um “evento de trabalho casual”: gente que se encontra na casa de alguém, em um café ou escritório para compartilhar um dia de trabalho. O ativo mais importante dos encontros são as pessoas que participam – e qualquer um pode participar.
Do outro lado do espectro, há a rede de espaços compartilhados The Hub, dedicada a indivíduos ou empresas voltados para a inovação e o empreendedorismo social. “The Hub é uma comunidade global de pessoas de todas as profissões, backgrounds e culturas, que trabalham em ‘novas fronteiras’ para enfrentar os problemas sociais, culturais e ambientais mais urgentes do mundo”, descreve o website da rede. Nessa comunidade, os membros são escolhidos para adicionar valor à organização como um todo e uns aos outros, e espera-se que o resultado seja inovação para o bem comum. Além compartilhar espaço e serviços, há eventos conjuntos e o plano de oferecer serviços financeiros aos membros. São Paulo é uma das 12 cidades do mundo que conta com um The Hub.
Parece que, no presente, o indivíduo não está fadado ao isolamento em seu cubículo ou apartamento e as comunidades locais, graças à tecnologia, podem se conectar globalmente.