Nessa semana em que representantes de mais de 190 países se reúnem em Cancún no México para mais uma (a décima-sexta) Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, aqui vão alguns “drops”:
Faz bem pra saúde – O Painel Interacadêmico de Medicina (IAMP na sigla em inglês), uma rede internacional de faculdades de medicina, lembrou que as mudanças climáticas são grande ameaça à saúde humana. E que políticas de mitigação produzem importantes benefícios à saúde, especialmente em regiões mais pobres. “Um programa de dez anos para introduzir 150 milhões de fogões de baixa emissão na Índia poderia prevenir 2 milhões de mortes prematuras”, escreveram os especialistas. “Reduzir o uso de carros privados em áreas urbanas e aumentar a proporção de alternativas em transporte urbano em cidades como Nova Delhi e Londres poderia reduzir as doenças cardíacas, diabetes, alguns cânceres e a depressão”. Segundo os acadêmicos, os ministros da saúde deveriam estar envolvidos nas negociações internacionais sobre as mudanças climáticas.
Gap de ação – Depois da COP de Copenhague em dezembro de 2009, 85 países declararam suas intenções de cortar emissões de carbono. Em novembro, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) divulgou avaliação preliminar sobre o que tais intenções significam na prática. Seriam suficientes para atingir o objetivo de manter o aumento das temperaturas abaixo de 2 graus? Se todas as promessas forem cumpridas, e os países não forem lenientes ao agir, o caminho a percorrer para alcançar o alvo de 2 graus estará 60% cumprido, concluiu o estudo. A lacuna pode ser fechada com promessas mais elevadas de corte de emissões e outras políticas domésticas. “Com ou sem lacuna”, segundo o documento, “estudos atuais mostram que são necessárias drásticas reduções de emissões após 2020 para manter nossas chances de limitar o aquecimento a 2 ou a 1,5 graus”.
Gap cultural – Há muita conversa e pouca ação em relação às mudanças climáticas, mas elas não são a única ameaça que a humanidade enfrenta no momento – algumas outras são perda de biodiversidade, contaminação de ecossistemas, risco de pandemias e uso de armas de destruição em massa. Todas derivam de mudanças na cultura humana ao longo do tempo, o que torna a compreensão sobre nossa evolução cultural fundamental, acredita um grupo de cientistas. Eles criaram o Millenium Assessment of Human Behavior (MAHB), um esforço para debater essas mudanças, compreendê-las e pesquisar formas de transformar tal conhecimento em ação. “O maior tema do MAHB é como eticamente reorganizar a civilização global e remoldar conscientemente suas normas de forma que a humanidade faça a transição para uma sociedade sustentável e justa”, escreveu Paul Ehrlich, da Stanford University. Ehrlich espera que o MAHB decole a partir de uma megaconferência em 2012.
Tour virtual – Enquanto alguns se organizam para fechar o gap cultural, o Google oferece tours virtuais para quem quiser compreender melhor os desafios trazidos pelas mudanças do clima. São os Tours Climáticos do Google Earth, uma série de filmes que usam os recursos do Google Earth para ilustrar estratégias de adaptação, mostrar efeitos das mudanças climáticas e examinar ações que podem levar ao corte de emissões. Workshops durante a COP de Cancún ensinam como usar os recursos do Google, entre eles um que permite visualizar e compartilhar dados sobre o carbono florestal.