Além da entrada de duas empresas do setor de transportes, a grande novidade do Índice de Sustentabilidade Empresarial é a abertura sobre sua metodologia
A BM&FBOVESPA lança no dia 29 de novembro a sétima carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), que traz as 38 companhias comprometidas com responsabilidade socioambiental na bolsa. A carteira valera no mercado de ações durante o ano de 2012 e dessa vez, tem incluso o setor de transportes com a entrada da CCR e Ecorodovias. Das companhias que compunham o ISE 2011, ficaram de fora a Indústrias Romi e a Vivo.
A grande diferença nesse lançamento foi a abertura de informações sobre a metodologia da avaliação e atuação das empresas. Pela primeira vez, as companhias foram questionadas se permitiriam a publicação das respostas de seus questionários, abertas ao público no site do ISE. Oito aceitaram: AES Tietê, Bicbanco, CCR, Coelce, Banco do Brasil, Eletropaulo, Energias BR e Natura.
Outra novidade foi divulgar, no site do índice, o peso dos critérios levados em conta na avaliação, como gestão, cumprimento legal e política empresarial. As empresas já sabiam o que contava mais ou menos pontos dentro das dimensões analisadas (governança corporativa, geral, natureza do produto, econômico-financeira, ambiental, social e mudanças climáticas), mas agora os investidores e o público em geral também passaram a entender melhor como é feita a contagem dos pontos para compor a carteira.
Segundo Roberta Simonetti, coordenadora do Programa de Sustentabilidade Empresarial e Finanças Sustentáveis do Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Fundação Getulio Vargas (FGV/EAESP) – responsável pela elaboração do questionário –, essas aberturas são parte de um processo em andamento. Segundo ela, mais detalhes devem ser ficar disponíveis os próximos anos, para aumentar a transparência e a compreensão sobre a composição da carteira.
Entre as sete dimensões analisadas no ISE 2012, a “Mudanças Climáticas” é nova. “O tema já era abordado dentro de “Meio ambiente”, mas devido sua relevância decidimos separá-lo para uma avaliação mais detalhada”, afirma Roberta. Como o índice abrange diferentes setores empresariais, a avaliação nessa dimensão é qualitativa. A companhia ganha pontos se faz inventários e tem políticas para redução de emissão de gases do efeito estufa e de consumo de água, mas não é avaliada sobre o quanto gasta ou emite.