Há um ano atrás, aconteceu o acidente na usina nuclear de Fukushima, no Japão. A data será lembrada em vários países que irão se unir em uma corrente humana antinuclear em memória às vítimas.
Aquela foi a mais grave catástrofe depois da de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, e gerou um terremoto e tsunami que devastaram o Japão e comprometeram o sistema de refrigeração dos reatores – o que levou a incêndios e explosões. Além da tragédia natural, que resultou em milhares de mortos, a gravidade da situação piorou com o vazamento de radiação.
No dia 11 de março, a ONG francesa Sortir du Nucléaire (“Sair do Nuclear”) irá promover uma “corrente humana” que ligará as cidades de Lyon e Avignon, região onde estão muitas das usinas nucleares da França. Será um ato de solidariedade aos japoneses e de protesto contra o uso desse tipo de fonte de energia. A partir dessa iniciativa, pessoas e organizações do mundo todo farão o mesmo em seus países. No Brasil, há atividades preparadas em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Angra dos Reis, Salvador da Bahia, Caitité (onde se encontra a mina de urânio).
Na capital federal, a ação será comandada pelo Templo Budista de Brasília, que além de promover palestra sobre o tema com Chico Whitaker, especialista no assunto, irá reunir pessoas de vários credos ao redor do sino, simbolizando esse abraço fraternal, numa cerimônia ecumênica.
“Os equipamentos coletivos, casas e edifícios destruídos podem ser reconstruídos e as perdas de bens podem ser indenizadas; enquanto a explosão de uma usina nuclear, além das mortes imediatas que pode provocar, tem efeitos de médio e longo prazo pela contaminação radioativa da terra, do ar, da água, das plantas e das pessoas, que ameaçará mais de uma geração com doenças como o câncer e provocará mal formações nos que vierem a nascer, durante muitos anos”, afirma Chico Whitaker.
Na sua palestra intitulada “Por um Brasil Livre de Usinas Nucleares”, Whitaker falará sobre o risco da bomba, lixo atômico, reatores para usos científicos e medicinais, problema da mineração do urânio, necessidade de energia vinda de reatores nucleares e sobre o acidente no Japão e suas consequências para a vida no planeta. Mas falará também sobre alternativas às centrais nucleares para aumentar a produção de energia elétrica no Brasil. Será um longo bate-papo de duas horas a respeito de um assunto tão complexo e que merece aprofundamento.
Confira no site da Articulação Antinuclear Brasileira a agenda de eventos em todo o mundo.