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Restauração florestal das margens do reservatório de usina hidrelétrica e entorno beneficia pequenos produtores, reduz riscos climáticos à segurança energética e traz de volta a biodiversidade

Em vez de polarização, conexão. Decio Zylbersztajn busca resgatar o conceito original do agronegócio, que analisa a maneira pela qual as cadeias produtivas se organizam, envolvendo tanto o grande como o pequeno produtor. Ele defende que o pequeno se conecte cada vez mais com o mercado, ou seja, que se torne capaz de usufruir de renda suficiente e de protegê-la.

Lançado hoje pelo Fórum Econômico Mundial, o relatório “Cerrado: Produção e Proteção” recomenda abordagem de múltiplos atores voltada à proteção da rica biodiversidade da região e ao aumento da produtividade agrícola de forma sustentável, garantindo a segurança alimentar e o crescimento econômico. As taxas de desmatamento no bioma, que conta com poucas áreas protegidas, aumentaram 43% no ano passado, em contraste com um declínio de 50% na Amazônia.

O Brasil é o país com maior potencial de liderar a economia alicerçada no capital natural, enquanto gera desenvolvimento com bem-estar para sua população e preservação de seu patrimônio ambiental. Daí a relevância da agenda de CT&I voltada à bioeconomia de base florestal. Cientes dessa importância, dois institutos brasileiros – Arapyaú e Agni – uniram-se em torno da iniciativa “Estratégia para fortalecer CT&I em bioeconomia na Amazônia”, criada em 2023, que se dispôs a mergulhar no sistema de ciência, tecnologia e inovação da região amazônica. Apresentamos aqui as principais linhas e informações da iniciativa, seguidas de uma reportagem que aprofunda o tema, mostrando o quanto esta agenda é chave para se reimaginar o desenvolvimento da região amazônica e do próprio País.
Os brasileiros consomem ínfimos 0,3% do PIB em espécies da biodiversidade do País. O uso sustentável capital natural, entretanto, será chave para o desenvolvimento do Brasil na medida em que gera oportunidades estratégicas para a prosperidade e o bem-estar das pessoas, especialmente neste momento em que o mundo precisa de soluções para as crises ambiental e climática, o que faz da Amazônia um ponto de partida. Mas a economia da floresta somente será impulsionada com investimentos baseados no conhecimento, que por sua vez é gerado por ciência, tecnologia e inovação. Iniciativa dos institutos Arapyaú e Agni, a partir de diálogo com mais de 70 pessoas, propõe uma estratégia para potencializar a agenda de CT&I na Amazônia.

Um historiador e sua companheira imergem no ritual do Karup, no Parque Indígena do Xingu, que neste ano tem entre os homenageados o jornalista e ambientalista Washigton Novaes, morto em 2020. Acompanhe, no diário de viagem, o primeiro e segundo dia de uma jornada que começa no centro nervoso de São Paulo, com destino à aldeia Ipatse, do povo Kuikuro – passando pela aridez das fazendas de soja