Pelo menos 51 cursos na área de “responsabilidade social empresarial e desenvolvimento sustentável” — de extensão, especialização, MBA, pós-MBA, mestrado, doutorado — estão disponíveis neste início de ano para os profi ssionais que buscam uma gestão empresarial mais sustentável, segundo uma lista elaborada pelo Uniethos. Detalhes podem ser encontrados no website da entidade.
A proliferação de cursos revela que há interesses voltados para a área, mas difi cilmente garante a formação de sujeitos capazes da crítica da questão socioambiental, afi rma Eda Tassara, coordenadora do Laboratório de Psicologia Socioambiental e Intervenção (Lapsi), da USP. A discussão em torno da sustentabilidade faz parte da chamada “educação ambiental crítica” e ainda é muito nova, justifica.
“Para preparar as pessoas para a sustentabilidade seria preciso pensar um currículo que nunca foi pensado”, diz Eda, para quem o tema deveria ser um programa lato sensu. “A compreensão e o gerenciamento da sustentabilidade pressupõem que se entenda o que é sustentabilidade”.
A maior parte dos cursos disponíveis, entretanto, é organizada como se o conceito fosse primitivo — ou seja, que não exige defi nição e pode ser, intuitivamente, entendido por todos. Mas, de acordo com Eda, ele é difícil de ser compartilhado porque envolve a crítica ao processo de desenvolvimento histórico.