Por Milena Pacheco
Aproveitando a brecha do Mercosul, que permite a importação de pneus usados de países membros do bloco, a BS Colway Pneus — líder do setor — e a Pneuback já aceitaram o convite recente do Paraguai de transferência para o país. O relatório da OMC considera que a quantidade de pneu importado dos integrantes do Mercosul pelo Brasil é muito pequena, por isso aceitou que essas transações continuassem, com a condição de não serem ampliadas. Assim, as empresas transferidas continuarão importando matéria- prima da Europa e o Brasil continuará recebendo lixo dos países ricos por meio da exportação paraguaia.
O Paraguai está oferecendo incentivos que garantem maior lucro a essas empresas, como a isenção de tributos na importação de matérias-primas e o tributo de 0,5% na exportação, incluindo o Imposto de Renda. “Somos a favor da reforma dos pneus usados, mas para isso não é preciso importar lixo dos países desenvolvidos. Por que essas empresas não usam os pneus brasileiros? Matéria-prima é o que não falta.”, questiona Esther.
Em paralelo, o Ministério do Meio Ambiente enviará em agosto um anteprojeto de lei proibindo a entrada no País de quaisquer resíduos danosos ao meio ambiente e à saúde. Resta saber se a proposta resistirá ao forte lobby dos importadores de pneus usados no Congresso.