Em 1972, o relatório Limites do Crescimento causou furor ao apontar as consequências do crescimento da população em um mundo de recursos limitados. Trinta e sete anos depois, quase três dezenas de cientistas identificam e quantificam os limites postos pelos subsistemas ou processos biofísicos do planeta, com o objetivo de definir um “espaço operacional seguro” para a humanidade. Ultrapassá-los, alertam, traz o perigo de mudanças ambientais irreversíveis, com consequências desastrosas para os homens.
De nove processos identificados – mudança climática, perda de biodiversidade terrestre e marinha, interferência nos ciclos de nitrogênio e fósforo, destruição do ozônio estratosférico, acidificação dos oceanos, uso global de água doce, mudança no uso do solo, poluição química e emissões atmosféricas de aerossóis –, três já teriam tido os limites extrapolados. Trata-se da mudança climática, perda de biodiversidade e interferência no ciclo de nitrogênio. “A humanidade pode em breve se aproximar dos limites para o uso de água doce, mudança do uso do solo, acidificação dos oceanos e interferência no ciclo de fósforo”, acrescentaram em artigo na revista Nature.
A tarefa de identificar tais limites é complexa, pois os processos em questão são não lineares e interconectados, e também controversa, pois envolve julgamentos sobre como as sociedades lidam com riscos e oportunidades. Segundo a Nature, trata-se de um “grande desafio intelectual” e uma potencial fonte de informação para aqueles que definem as políticas.