Durante o século XX, a utilização da água cresceu seis vezes, duas vezes mais do que a taxa de crescimento populacional, e a capacidade e habilidade para lidar com o contínuo aumento da demanda global vai depender de forma crescente de governança e gestão dos recursos disponíveis. “Um dos maiores desafios é o de garantir aos cidadãos acesso às informações básicas sobre a qualidade e a quantidade da água. Sem isso, limita-se seriamente a chance de eles intervirem em projetos de água ambientalmente prejudiciais ou chamarem à responsabilidade as agências governamentais responsáveis pela gestão”, defende Pedro Roberto Jacobi, professor titular do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (Procam-USP) e coordenador do Projeto Alfa da Comunidade Europeia sobre Governança da Água na América Latina e Europa.
Para ele, a governança adequada é um processo complexo, afetado pelas especificidades de cada sociedade, seus costumes, tradições, cultura institucional, práticas políticas e capacidade de inovar na gestão de conflitos.
Sob essa ótica, a Annablume Editora lança quatro livros organizados por Jacobi e por Paulo Sinisgalli, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each/USP). Destes, três abordam aspectos associados a políticas públicas, dimensões político-institucionais, o papel dos atores sociais em face dos conflitos e questões de territorialidade na América Latina e na Europa – como parte dos resultados do projeto GovÁgua, que reúne dez instituições universitárias dos dois continentes em atividades de cooperação. O quarto livro, Atores e Processos na Governança da Água no Estado de São Paulo, organizado por Jacobi, aborda as bacias do Alto Tietê e do Rio Piracicaba.