Lavínia Fontana, uma das maiores artistas do final do século XVI, era pintora do Vaticano, onde produzia obras detalhadíssimas para o papa Paulo V.
Clara Peeters, nascida em 1594 em Antuérpia, hoje Bélgica, criava naturezas mortas de um realismo quase palpável.
Adélaïde Labille-Guiard, contemporânea da Revolução Francesa, ficou famosa por seus pastéis e miniaturas e trabalhou como artista-residente do Museu do Louvre.
Já Hortense Haudebourt-Lescot, que viveu na mesma época que Adélaïde, ganhou renome por sua versatilidade temática. Suas pinturas vão de cenas domésticas de camponeses italianos à reprodução de passagens históricas.
Elas deixaram obras belíssimas – das quais você provavelmente nunca ouviu falar. Isso porque a presença feminina em livros e museus de arte praticamente se limita a belos rostos e corpos sobre tela. Apenas 5% dos artistas expostos em museus norte-americanos são mulheres. Essa lacuna é particularmente chocante nas exposições que cobrem o período anterior ao século XX, dando a impressão de que séculos de sociedades patriarcais criaram um ambiente tão repressor e inóspito que talentos femininos nem chegaram a aflorar. Não é bem assim.
Um visita (real ou virtual) ao National Museum of Women in the Arts, único museu do mundo especializado em arte produzida por mulheres, derruba esse mito rapidamente. Fundado em Washington em 1987, ele tem uma coleção permanente de mais de 4 mil trabalhos de 800 mulheres, que cobre desde artistas mais óbvias, como a modernista mexicana Frida Kahlo e a impressionista americana Mary Cassatt, até ilustres desconhecidas, como a renascentista Elisabetta Sirani, pintora nascida em Bolonha, na Itália, em 1638, que pintava em tempo recorde grandes painéis com cenas religiosas.
Instalado num antigo templo da Maçonaria, o NMWA nasceu da coleção particular de Wilhelmina Cole Holladay, uma mecenas de Washington. Em viagens pela Europa, ela descobriu o trabalho de Clara Peeters e perguntou-se porque jamais havia escutado o nome da pintora flamenga. Foi buscar referências a respeito nos principais livros de História da Arte dos Estados Unidos e não encontrou nenhuma menção a Clara – ou a qualquer outra pintora. Foi o ponto de partida da coleção temática que deu origem ao museu.
Dê uma olhada neste programa de meia hora, narrado em inglês, que oferece um ótimo tour da coleção:
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=kXaln1MDGwg[/youtube]
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Lavínia Fontana, uma das maiores artistas do final do século XVI, era pintora do Vaticano, onde produzia obras detalhadíssimas para o papa Paulo V.
Clara Peeters, nascida em 1594 em Antuérpia, hoje Bélgica, criava naturezas mortas de um realismo quase palpável.
Adélaïde Labille-Guiard, contemporânea da Revolução Francesa, ficou famosa por seus pastéis e miniaturas e trabalhou como artista-residente do Museu do Louvre.
Já Hortense Haudebourt-Lescot, que viveu na mesma época que Adélaïde, ganhou renome por sua versatilidade temática. Suas pinturas vão de cenas domésticas de camponeses italianos à reprodução de passagens históricas.
Elas deixaram obras belíssimas – das quais você provavelmente nunca ouviu falar. Isso porque a presença feminina em livros e museus de arte praticamente se limita a belos rostos e corpos sobre tela. Apenas 5% dos artistas expostos em museus norte-americanos são mulheres. Essa lacuna é particularmente chocante nas exposições que cobrem o período anterior ao século XX, dando a impressão de que séculos de sociedades patriarcais criaram um ambiente tão repressor e inóspito que talentos femininos nem chegaram a aflorar. Não é bem assim.
Um visita (real ou virtual) ao National Museum of Women in the Arts, único museu do mundo especializado em arte produzida por mulheres, derruba esse mito rapidamente. Fundado em Washington em 1987, ele tem uma coleção permanente de mais de 4 mil trabalhos de 800 mulheres, que cobre desde artistas mais óbvias, como a modernista mexicana Frida Kahlo e a impressionista americana Mary Cassatt, até ilustres desconhecidas, como a renascentista Elisabetta Sirani, pintora nascida em Bolonha, na Itália, em 1638, que pintava em tempo recorde grandes painéis com cenas religiosas.
Instalado num antigo templo da Maçonaria, o NMWA nasceu da coleção particular de Wilhelmina Cole Holladay, uma mecenas de Washington. Em viagens pela Europa, ela descobriu o trabalho de Clara Peeters e perguntou-se porque jamais havia escutado o nome da pintora flamenga. Foi buscar referências a respeito nos principais livros de História da Arte dos Estados Unidos e não encontrou nenhuma menção a Clara – ou a qualquer outra pintora. Foi o ponto de partida da coleção temática que deu origem ao museu.
Dê uma olhada neste programa de meia hora, narrado em inglês, que oferece um ótimo tour da coleção:
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=kXaln1MDGwg[/youtube]