2012 parece ser o ano em que os céticos das mudanças climáticas serão obrigados a rever suas convicções. Se não bastasse o termômetro enlouquecido, uma série de doenças predominantemente tropicais ganha terreno no Hemisfério Norte.
Os fatos:
- O aumento da temperatura e da umidade em certas regiões dos Estados Unidos e do Canadá está ampliando a incidência de febre do Nilo Ocidental, um tipo de encefalite viral transmitida por mosquito. Autoridades sanitárias de Toronto divulgaram que mosquitos capturados na cidade apresentaram uma presença recorde do vírus associado à doença. Nos Estados Unidos, 241 pessoas em 42 estados contraíram a febre do Nilo Ocidental desde o início do ano. Quatro delas morreram. É um número sem paralelo no passado.
- O Mar Báltico, que banha o Norte da Europa, está infestado com vibriões, bactérias mais comuns em águas tropicais e associadas a doenças infeciosas, como as gastroenterites e o cólera. Um grupo de cientistas britânicos, finlandeses, espanhóis e americanos concluiu que a presença e distribuição da bactéria tem correlação com os picos de temperatura da superfície marinha. Os pesquisadores analisaram as temperaturas recorde de superfície, dados de satélite e estatísticas de ocorrência do microorganismo no Báltico. A cada grau centígrado de elevação da temperatura da água, a presença do vibrião cresceu 200%, ampliando o risco para quem ingerir moluscos mal cozidos ou a água do mar.
- Os povos Inuit (que conhecemos como esquimós) estão sujeito a maiores incidências de doenças gastrointestinais devido ao aumento da presença de bactérias na água que bebem, que está sendo associada a um crescimento atípico da pluviosidade e ao derretimento de geleiras. Estudo recente da University of Guelph, do Canadá, indica que duas comunidades do norte do país registraram ocorrências de vômito e diarréia após fenômenos climáticos extremos.
- Tanto a dengue, tão conhecida dos brasileiros, quanto a doença de Lyme, transmitida por carrapatos, estão se expandindo rapidamente nos Estados Unidos.
Professores da Universidade de Yale recentemente avaliaram o conjunto de evidências nesse sentido – seu prognóstico não é promissor. As doenças transmitidas por parasitas que gostam de temperaturas amenas não são as únicas que deverão se expandir. O aquecimento global tende a aumentar o número de exilados climáticos, aqueles que terão de deixar suas comundiades, afetadas pelo calor extremo e a absoluta falta d’água. Agrupados em acampamentos improvisados e cidades, eles propiciarão uma expansão da Aids e da tuberculose, doenças que prosperam nas multidões.
Isso tudo só atesta que os céticos não vão bem de saúde (mental).